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Relações entre feminismo e democracia inspiram debate

Quinta mesa do ciclo Perguntas sobre o Brasil recebe Antonia Pellegrino e Flavia Rios

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Belo Horizonte

O ciclo Perguntas sobre o Brasil debate os desafios do feminismo no país nesta quarta (9). A mesa será transmitida às 16h de forma online e gratuita.

O evento reúne a roteirista Antonia Pellegrino, ativista em defesa dos direitos das mulheres, e a socióloga e professora da UFF (Universidade Federal Fluminense) Flavia Rios, que integra o Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial (Afro-Cebrap).

A mediação fica a cargo de Dulci Lima, do Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo.

Flavia Rios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) - Acervo pessoal


Para a discussão, Pellegrino propõe colocar o Brasil contemporâneo em perspectiva. Ela acredita que o resultado das eleições presidenciais deste ano levou o país a um patamar de "democracia sobrevivente".

"Conseguimos sobreviver a um ataque ostensivo às nossas instituições. Agora é o momento em que a democracia precisa ser reconstruída e fortalecida", diz Pellegrino, co-organizadora do recém-lançado livro "Independência do Brasil: As Mulheres que Estavam lá" (Bazar do Tempo).

"Dentro dessa perspectiva macro, precisamos entender que, antes de sermos feministas, somos brasileiras e também atuamos em prol do movimento de mulheres."

Em sua participação, a roteirista pretende discutir duas metas principais: parar os retrocessos e promover avanços. Ela cita a relação entre o aumento da taxa de feminicídio e a flexibilização do porte de armas. "É preciso reverter os mais de 40 decretos de liberação de armas assinados nos últimos quatro anos", afirma.

A roteirista e ativista pela igualdade de gênero Antonia Pellegrino - Reginaldo Teixeira/Globo

Flavia Rios também cita o desafio da representação política como um dos principais que o feminismo deve enfrentar nos próximos anos. A sociólogo menciona ainda a "violência política de gênero, que tem se manifestado de maneira mais expressiva nos últimos anos".

A fim de pensar os feminismos no plural, ela pretende abordar "os matizes étnicos, raciais e de classe que envolvem a representação de gênero". Nesse sentido, recupera a contribuição da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez (1935-1994), referência do movimento negro no país.

Co-organizadora da coletânea de textos de Gonzalez publicada no livro "Por um Feminismo Afro-Latino-Americano" (Zahar, 2020), Rios observa no trabalho da intelectual um alerta para pensar essa pluralidade.

"Lélia ajuda a pensar o feminismo a partir de outras matrizes, não exclusivamente ocidentais e europeias, como as indígenas, afro-brasileiras e africanas. São outras concepções de vida que contribuem para o desenvolvimento e a pluralização do feminismo", afirma.

O ciclo de debates Perguntas sobre o Brasil é resultado de uma parceria do CPF, da Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) e da Folha. A série se inspira no projeto 200 anos, 200 livros, iniciativa lançada em maio deste ano, que listou duas centenas de obras importantes para entender o país no ano do bicentenário da Independência.

A quinta mesa do ciclo será transmitida pelos canais do Sesc São Paulo, do Diário de Coimbra e da APBRA no Youtube.

A programação segue até maio de 2023, com eventos a cada duas semanas. Futebol, lusofonia e autoritarismo estão entre os próximos temas. Confira aqui a programação completa.

PERGUNTAS SOBRE O BRASIL - QUAIS OS GRANDES DESAFIOS DO FEMINISMO NO BRASIL?

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