Série de debates discute identidade e cultura do Brasil

Baseado no projeto 200 anos, 200 livros, ciclo é uma parceria do Sesc-SP, da Associação Portugal Brasil 200 anos e da Folha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Belo Horizonte

No ano do bicentenário da Independência, o Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo, a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) e a Folha promovem a série de debates Perguntas sobre o Brasil.

Com base no projeto 200 anos, 200 livros, lançado em maio deste ano, o ciclo terá duas edições por mês, sempre com transmissão online, com abordagens de aspectos sociais, econômicos e culturais do país.

fotografia mostra os 10 livros que foram os primeiros colocados da lista empilhados, num fundo vermelho
Algumas das obras mais indicadas no projeto 200 anos, 200 livros - Gabriel Cabral - 01.mai.2022/Folhapress

A primeira mesa acontece nesta quarta, dia 14, às 16h. O objetivo do evento de estreia é apresentar e discutir a série de debates, que vai se estender até maio de 2023, com 16 edições.

Entre os representantes do Brasil, participam o sociólogo Danilo Santos Miranda, diretor do Sesc São Paulo, e o jornalista Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha. Entre os portugueses, o ex-reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel Silva, presidente do Instituto Pedro Nunes, e o diplomata Francisco Ribeiro Telles, ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A mediação ficará a cargo de José Manuel Diogo, presidente da Apbra e colunista da Folha, e a apresentação será de Sabrina da Paixão, pesquisadora do CPF.

De acordo com Miranda, os debates buscam investigar quem somos, enquanto brasileiros, e quais são as nossas realidades, mazelas e perspectivas de futuro. "É muito clara a nossa diversidade, uma das características mais marcantes do nosso panorama humano e físico."

Para montar as mesas, a curadoria do projeto se inspirou no projeto 200 anos, 200 livros, que reuniu duas centenas de obras relevantes para entender o país a partir das sugestões de 169 intelectuais da língua portuguesa —nomes do Brasil, principalmente, mas também de Portugal, Angola e Moçambique.

"São livros paradigmáticos, que marcam não só a nossa literatura, mas nosso modo de ver o mundo", afirma Miranda.

Entre os assuntos abordados no ciclo, estão educação, meio ambiente, racismo e feminismo, além de imersões em autores que, nas palavras de Miranda, "representam situações variadas desse país múltiplo".

Um dos debates vai discutir a atualidade da obra de Carolina Maria Jesus, cujo livro mais conhecido, "Quarto de Despejo" (1960), aparece em primeiro lugar entre os 200 livros.

As discussões sobre a relação entre Brasil e Portugal também permeiam o ciclo. Quatro instituições portuguesas apoiam o projeto e vão retransmitir as discussões em suas redes sociais: Câmara Municipal de Coimbra, Universidade de Coimbra, Instituto Camões e jornal Diário de Coimbra.

"Há um grande desconhecimento do atual momento de cada um dos dois países", diz o empresário José Manuel Diogo, presidente da Apbra, associação que promove iniciativas para aproximar as duas nações.

"Que Brasil essa lista revela? Quais novidades ela trouxe para cada um dos debatedores? Em que medida, a partir da literatura, nós poderemos discutir a sociedade?", questiona Diogo.

foto de um homem branco, de cabelos pretos com fios grisalhos, que usa uma camisa branca. ele tem cavanhaque e é fotografado em fundo neutro
O empresário José Manuel Diogo, presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos - Divulgação

O segundo debate já tem data e tema. No dia 28 de setembro, também às 16h, a socióloga Neca Setubal, coordenadora do Conselho da Fundação Tide Setubal, e o professor Fernando José Almeida (PUC-SP) discutem os desafios da educação brasileira no período pós-pandemia.

Todos os eventos são gratuitos e serão transmitidos pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo. Veja a programação abaixo.

Ciclo Perguntas sobre o Brasil

Conheça as perguntas que guiam as mesas do seminário

  • 14/09 - Quais são as perguntas sobre o Brasil?

    Apresentação do programa pelos seus pensadores. Análise do mote que serviu à curadoria literária: compreender o passado, entender o presente e projetar o futuro.

  • 28/9 - Onde erramos na educação? Ainda podemos acertar?

    As deficiências da educação fundamental estão entre os mais graves problemas do país. E tudo se tornou ainda mais difícil com a crise sanitária. Como recuperar o tempo perdido e dar um passo adiante?

  • 13/10 - O que explica o avanço da literatura indígena nos últimos anos?

    Jamais autores dos povos originários do Brasil tiveram suas obras tão lidas e comentadas como atualmente. O que impulsionou tamanho interesse?

  • 26/10 - O que Carolina de Jesus tem a nos ensinar?

    “Quarto de Despejo” foi o livro mais lembrado pelos 169 integrantes do conselho curador do projeto 200 anos, 200 livros. Por que a obra de 1960 ainda é tão atual?

  • 9/11 - Quais os grandes desafios do feminismo no Brasil?

    As mulheres têm uma subrepresentação no Executivo e no Congresso Nacional. No mercado de trabalho, ainda recebem, em média, salários menores que os homens. Os índices de feminicídio continuam alarmantes. Quais devem ser as prioridades nessa luta?

  • 23/11 - O futebol ainda explica quem somos nós?

    O que o esporte mais popular do país revela sobre os costumes e os hábitos dos brasileiros?

  • 7/12 - Lusofonia é fato ou ficção?

    O que deveríamos fazer para aproximar, do ponto de vista cultural, o Brasil de Portugal, Angola, Moçambique e outros países africanos de língua portuguesa?

  • 21/12 - O Brasil ainda se vê nos livros de Jorge Amado?

    O romancista baiano teve quatro obras citadas entre os 200 livros mais importantes para entender o Brasil. Décadas depois de escritos, o que livros como “Tenda dos Milagres” e “Capitães de Areia” têm a nos dizer?

  • 18/1 - Como afastar o país de suas raízes autoritárias?

    A negação do racismo, a desatenção em relação à desigualdade social e o patriarcalismo são reflexos de um país ainda muito marcado pelo autoritarismo. O que é possível fazer para se desligar dessa herança?

  • 10/2 - Como o rap conversa com o samba?

    À primeira vista, são expressões musicais muito diferentes, mas há pontos em comum, como as raízes de contestação e a forte ligação com populações periféricas das grandes cidades do Brasil.

  • 22/2 - "Grande Sertão" e "Os Sertões" - O que Guimarães e Euclides dizem sobre o Brasil atual?

    Embora muito diferentes entre si, esses dois clássicos da literatura brasileira continuam a nos comover e a nos ensinar sobre a realidade brasileira.

  • 8/3 - Como as religiões de matriz africana têm conseguido superar a intolerância?

    Número de ataques a cultos religiosos no Rio de Janeiro subiu mais de 40% no Rio de Janeiro em 2021 e outros estados também expõem dados preocupantes. Embora sob pressão, religiões como candomblé e umbanda resistem. Como?

  • 22/3 - Como o século 19 de Machado de Assis conversa com o nosso século 21?

    O romancista carioca teve 3 livros entre os 200 indicados para entender o Brasil.

  • 5/4 - Por que o Brasil cresce pouco?

    Esse é o título do livro do economista Marcos Mendes. A situação que o autor descreve quando a obra foi lançada, em 2014, continua valendo para os dias de hoje.

  • 19/4 - O tropicalismo está vivo?

    O tropicalismo tem sido estudado como um dos principais movimentos culturais do século 20. Como entendê-lo à luz do presente?

  • 3/5 - Qual é a Amazônia que queremos?

    Entre grupos de esquerda e de direita, há diversas propostas sobre a região amazônica. Mas o que querem os povos originários?

Veja também como foi a mesa de abertura da série Perguntas sobre o Brasil.

Perguntas sobre o Brasil

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.