Argentina tem novo 'tarifaço' e Macri admite que inflação pode chegar a 30%
Presidente do país afirma que aumento virá devido à retirada de subsídios da era kirchnerista
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Os argentinos acordaram nesta quarta-feira (1º) com um expressivo aumento médio de 24% na tarifa de energia elétrica e de 27,5% no custo do gás, como parte das medidas do presidente Mauricio Macri de retirar paulatinamente os subsídios do governo e reduzir os gastos públicos.
O valor varia de acordo com as províncias, pois as do sul usam mais gás e energia nos meses de inverno.
A estratégia de redução dos gastos –parte dos requisitos do FMI (Fundo Monetário Internacional) para assegurar a linha de crédito de US$ 50 bilhões (R$ 187 bilhões) concedida recentemente--, porém, tem efeito direto no bolso da população. Por causa dos aumentos, Macri afirmou, nesta terça (31), que a inflação do ano no país pode chegar a 30% –atualmente está acumulada em 18%.
Segundo Macri, o aumento das contas se faz necessário para retirar os subsídios da era kirchnerista (2003-2015), como vem ocorrendo gradualmente desde dezembro de 2015.
Em fevereiro, a Argentina já tinha elevado em até 50% as tarifas dos transportes.
As cifras acumuladas desde 2015, quando o novo governo assumiu, porém, são ainda mais altas. A eletricidade já acumula aumento médio de 1.300%, enquanto a alta do gás está entre 700% e 1.000%, dependendo da província. A água já acumula alta de 512%.
Já o transporte, área sensível pois cada aumento gera tensão quase que imediata com os sindicatos da área, acumula 216%.
Essa estratégia de reduzir os gastos públicos, porém, tem feito crescer a tensão social na Argentina; os sindicatos voltam a se reunir para planejar greves, por enquanto isoladas.
O presidente da Argentina admite saber do impacto que isso tem para as famílias com menores salários, mas deve manter a estratégia, inclusive para honrar os compromissos com o FMI.
Atualmente, a Argentina tem a segunda maior inflação da América Latina, perdendo apenas para a Venezuela.
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