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Crises de Chile e Bolívia não devem contaminar economia da região, diz FMI

Chefe para estudos regionais no hemisfério ocidental minimizou impactos na atração de investimentos estrangeiros

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Rio de Janeiro

As crises políticas no Chile e na Bolívia devem ter pouco impacto na economia da região, afirmou nesta segunda (11) o chefe da divisão de estudos regionais para o hemisfério ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), Jorge Roldos.

Em relatório divulgado em outubro, o fundo reviu para baixo as perspectivas de crescimento da América Latina e Caribe, projetando alta de 0,2% em 2019 e de 0,5% em 2020. Para a América do Sul, o fundo prevê queda de 0,2% em 2019 e alta de 1,7% em 2020.

As estimativas, porém, foram feitas em setembro e não captaram as crises chilena e boliviana nem os resultados da eleição na Argentina. Os principais fatores de risco vistos pelo FMI foram a situação dos mercados de trabalho na região e a crise migratória venezuelana.

 

Roldos diz que "provavelmente", as crises políticas no Chile e na Bolívia terão impacto no crescimento daqueles países. No Chile, diz, já há sinais de redução da atividade, que podem impactar o quarto trimestre. 

"Não sabemos o que vem pela frente, depende do que as autoridades conseguirão fazer", afirmou. Sobre a Bolívia, ele evitou comentários, alegando que a situação é muito recente. 

Neste domingo (10), uma semana após conturbadas eleições, o presidente Evo Morales renunciou ao cargo, sendo seguido pelos aliados que formavam a linha de sucessão.

O relatório concluído em setembro pelo FMI projetava crescimento de 2,5% no Chile e 3,9% na Bolívia em 2019. Para 2020, o fundo estimava 3% e 3,8%, respectivamente. Já o Brasil deve crescer 0,9% em 2019 e 2% em 2020, segundo as projeções do FMI.

Para Roldos, a crise nos países vizinhos deve ter pouco impacto no crescimento da região. "Deve ter algum impacto mas não pensamos que será grande, porque os dois países são relativamente pequenos e não têm grande comércio regional", comentou.

Em entrevista após evento para divulgar o relatório na FGV do Rio, ele também minimizou impactos na atração de investimentos estrangeiros ara países vizinhos. "Tem uma possibilidade [de impactar], mas se os outros governos mostrarem que estão fazendo as coisas certas, não vemos grande influência desses eventos."

Roldos evitou comentários sobre o resultado das eleições na Argentina, que terminaram com vitória do candidato de oposição Alberto Fernández, alegando que o novo governo ainda não detalhou suas políticas. "Estamos ouvindo, desejamos ajuda-los mas ainda não sabemos o que eles desejam."

Segundo as projeções feitas antes do resultado da eleição, o FMI vê queda de 3,1% na economia argentina este ano. Em 2020, o recuo seria menor, de 1,3%.

Segundo o economista, a melhora nas perspectivas para o Brasil em 2020 considera aceleração da demanda doméstica e de investimentos em infraestrutura, com ajuda dos juros baixos.

Quando a projeção foi feita em agosto, o FMI já considerava a aprovação de mudanças nas aposentadorias —a reforma na Previdência foi aprovada pelo senado no fim de outubro.
 

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