Motoristas de aplicativo tentam emplacar paralisação nesta segunda (15)
Influenciadores convocam condutores a desligar os apps para pressionar revisão de tarifas
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Motoristas que trabalham por meio de aplicativos como Uber e 99 prometem parar na segunda-feira (15) para pressionar as empresas a aumentarem os repasses e valores mínimos por corrida.
A convocação para que os aplicativos fiquem desligados tem sido feita há alguns dias em grupos de mensagens e por influenciadores, motoristas que mantêm canais no Youtube onde divulgam suas rotinas e falam do dia a dia ao volante.
Neste domingo (14), Daniel Piccinato, dono do canal Uber 24 Horas, postou um vídeo no YouTube convocando motoristas para a paralisação. Segundo o influencer, haverá uma carreata nesta segunda. A concentração está marcada para as 11h na praça Charles Miller, no Pacaembu.
Pelo Facebook, a Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo) também reforçou o pedido. "Esta é uma oportunidade para você se juntar a outros motoristas para exigir melhores condições de trabalho e maior respeito pelos seus direitos."
Eduardo Lima, presidente da Amasp, diz que o movimento quer mostrar às empresas donas do aplicativos que "sem motorista não tem empresa".
Ele afirma que os aplicativos aceitam conversar sobre as condições de trabalho e mesmo melhorias nas operações, mas que quando o assunto é o valor das corridas, a negociação não avança.
"Sempre que nós pedíamos reunião, elas atendiam rapidamente, mas sempre diziam que se aumentar a tarifa, cai a demanda", diz o presidente da Amasp.
A entidade não consegue projetar quantos deverão aderir ao dia de aplicativos inativos. Se a mobilização tiver sucesso e um número considerável decidir parar na segunda, um dos efeitos perceptíveis será o valor das corridas e o tempo para localizar um motorista disponível.
As empresas foram procuradas, mas não comentaram.
A principal queixa dos motoristas, segundo Lima, é que a taxa de retenção aplicada pelas companhias é variável. Ou seja, o percentual que elas cobram do condutor por cada corrida muda.
Daniel Piccinato, do canal Uber 24 horas, diz, no vídeo em que convoca os motoristas a pararem no dia 15, que há corridas valendo R$ 5 e casos em que deslocamentos de mesmo valor rendem ganhos diferentes aos condutores devido à aplicação da tarifa variável.
Lima, da associação em São Paulo, diz que os maiores aplicativos costumavam cobrar percentuais fixos sobre as corridas, que ficavam entre 19% e 25% de cada corrida.
Atualmente, essa mordida pode ser, segundo os condutores, de 40% e muda de acordo com o volume de corridas feitas na semana, os horários de trabalho e os períodos do mês. Eles colecionam relatos de descontos de até 60% no valor da corrida.
Reclamam também que eventuais reajustes nas tarifas cobradas de passageiros não chegam aos motoristas, justamente porque a retenção feita pelo aplicativo é variável.
Nos vídeos em que divulgam a paralisação, os motoristas influenciadores pedem que os colegas reforcem os ganhos nos dias que antecedem o protesto, como no domingo (14), Dia das Mães, para que fiquem mais tranquilos com o dia parado.
Em 2021 e 2022, Uber e 99 anunciaram ajustes nos pagamentos repassados ao motoristas em meio a altas nos preços dos combustíveis.
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