Elon Musk demite equipe responsável pelos supercarregadores da Tesla
Sistema de recarga está entre as maiores redes do mundo
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Elon Musk fechou a divisão da Tesla responsável pela rede de recarga Supercharger, demitiu dois executivos seniores e dispensou centenas de funcionários, dando continuidade à reestruturação da montadora em meio a uma forte queda no mercado de carros elétricos.
Musk anunciou internamente na segunda-feira (29) que a chefe do grupo de supercarregadores, Rebecca Tinucci, e Daniel Ho, chefe de novos produtos, e suas respectivas equipes deixariam a empresa. Cerca de 500 pessoas estavam no grupo do Supercharger, dizia o memorando.
O sistema de supercarregadores da Tesla está entre as maiores redes de carregamento do mundo e foi uma das razões pelas quais a empresa desfrutou de uma dominância sobre concorrentes por tanto tempo. Embora as operações continuem, a medida levanta questões sobre o futuro desse braço.
A unidade de política pública inteira também será desmantelada após a saída de seu líder, Rohan Patel, em meados deste mês.
"Espero que essas ações estejam deixando claro que precisamos ser absolutamente rígidos em relação ao número de funcionários e à redução de custos", escreveu Musk no memorando, que foi noticiado primeiro pelo site The Information.
"Enquanto alguns executivos estão levando isso a sério, a maioria ainda não está fazendo isso."
Qualquer gerente "que mantiver mais de três pessoas que claramente não passam no teste excelente, necessário e confiável" deve renunciar, acrescentou.
A Tesla não respondeu a um pedido de comentário.
As demissões mais recentes na empresa ocorrem depois que Musk anunciou no mês passado que a fabricante de carros cortaria "mais de 10%" de sua força de trabalho total, mais de 14 mil empregos, para ser "enxuta, inovadora e faminta".
A urgência da mudança foi destacada pelo fato de a Tesla ter reportado uma queda de quase 10% na receita no primeiro trimestre deste ano, sua primeira queda trimestral ano a ano desde o início de 2020. O preço das ações caiu pela metade desde o pico de novembro de 2021.
A decisão pegou os funcionários de surpresa. Will Jameson, que trabalhava na equipe de supercarregadores da Tesla, escreveu no X que Musk "demitiu toda a nossa organização de carregamento".
Outro funcionário dessa divisão, George Bahadue, postou no LinkedIn confirmando que havia sido demitido.
"O que isso significa para a rede de carregamento, [North American Charging Standard] NACS, e todo o trabalho emocionante que estávamos fazendo em toda a indústria, ainda não sei. Que jornada louca tem sido."
Quando Jameson foi questionado por um leitor no X por que toda a divisão foi demitida, ele respondeu "sua suposição é tão boa quanto a minha".
Musk disse no memorando que os locais de supercarregadores em construção serão concluídos e "alguns" novos locais serão construídos.
A medida surpreendente ocorre apesar de a Tesla ter construído a rede de carregamento de carros elétricos dominante com 50 mil postos globalmente e 15 mil na América do Norte. Recentemente, a empresa assinou contratos com vários concorrentes, incluindo Ford, General Motors e Rivian, para usar seu padrão de carregamento NACS.
Modelos de outras fabricantes de carros podem usar os postos de carregamento da marca, levando à Tesla uma receita significativa, além de estabelecê-la como o padrão do setor.
Tinucci, Ho e Patel não são os únicos funcionários de longa data de Musk a sair este ano. Drew Baglino, vice-presidente sênior responsável pelo desenvolvimento de engenharia e tecnologia de baterias, motores e produtos de energia da Tesla, renunciou em abril, e Martin Viecha, chefe de relações com investidores, disse que deixaria o cargo na conferência de resultados do primeiro trimestre da empresa na semana passada.
Em uma postagem no X, sua rede social, Musk disse que a montadora continuaria a expandir sua rede de supercarregadores "em um ritmo mais lento para novos locais".
"Mais foco em 100% de tempo de atividade e expansão de locais existentes", escreveu.
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