Siga a folha

Dólar cai e Bolsa sobe com dados de emprego dos EUA e rescaldo do PIB

Número de vagas abertas nos Estados Unidos caiu além do esperado, reforçando apostas de um corte de maior magnitude nos juros

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O dólar apresenta queda nesta quarta-feira (4), com investidores respondendo aos novos dados de emprego dos Estados Unidos e ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, divulgado na manhã de ontem.

Às 11h37, a moeda recuava 0,33% e estava cotada a R$ 5,624 na venda. Já a Bolsa tinha alta firme de 1,45%, aos 136.309 pontos, após quatro quedas consecutivas.

O número de vagas de emprego abertas nos Estados Unidos caiu para 7,7 milhões em julho, segundo o relatório Jolts —o primeiro de três dados relevantes sobre o mercado de trabalho norte-americano da semana.

Na terça-feira (3), o dólar fechou em alta de 0,49%, a R$ 5,643, e a Bolsa perdeu 0,41%, aos 134.353 pontos - Reuters

O resultado representa uma queda ante o número revisado de 7,9 milhões em junho e ficou abaixo da expectativa de analistas, de 8,10 milhões de vagas em aberto.

Os números do mercado de trabalho dos EUA têm ditado as apostas sobre o ritmo que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) poderá cortar os juros na próxima reunião de política monetária, marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

A dúvida agora é sobre o tamanho da redução: se 0,25 ponto percentual ou 0,50. Operadores veem 53% de chances para o corte de menor magnitude, e 47% de probabilidade para o de maior, segundo a ferramenta CME FedWatch.

A aposta crescente de um corte de 0,50 ponto dava tração a ativos de maior risco, como o real e mercados acionários globais.

A grande divulgação da semana, porém, está marcada para sexta-feira, quando serão conhecidos os números do "payroll" (folha de pagamento, em inglês) de agosto. Na quinta-feira, será publicado o relatório do setor privado, produzido pela ADP (Automatic Data Processing)

A expectativa é que, com os números em mãos, os agentes financeiros consigam antever a magnitude do corte com mais precisão, uma vez que o início do afrouxamento monetário no próximo encontro já é dado como certo.

Na cena doméstica, o mercado ainda digeria dados acima do esperado do PIB, divulgados pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) na terça-feira.

A economia brasileira cresceu 1,4% na comparação com os três meses iniciais de 2024, ante expectativa de 0,9% de analistas consultados pela agência Bloomberg. O dado, apesar de ser positivo e mostrar aceleração da economia, vem em um momento de incertezas em torno das próximas decisões de política monetária do BC (Banco Central) para controlar a inflação.

Para analistas, o resultado pode levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a adotar uma postura mais agressiva no próximo encontro, "já que o avanço da atividade tende a subir os preços lá na frente", diz Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros do país, a Selic, é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

Na leitura de agosto do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), a inflação desacelerou a 0,19% ante julho. Em 12 meses, a variação marcou 4,35%, próxima ao teto da meta.

A desancoragem de expectativas levou o Copom a uma comunicação mais dura na ata da última reunião, em julho, quando optou por manter a Selic em 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva.

Desde então, dirigentes do BC têm reiterado que uma alta nos juros está à mesa para os próximos encontros, se os dados indicarem que há necessidade de um novo ciclo de aperto monetário.

O resultado do PIB se soma aos números de emprego medidos pela Pnad Contínua, divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Em mais um sinal de aquecimento, a taxa de desocupação recuou a 6,8% no segundo trimestre, o menor patamar para o período desde o início da série histórica do indicador, de 2012.

"Visto que o mercado de trabalho brasileiro se mostra mais aquecido do que se imaginava, que a atividade econômica também tem performado melhor do que se antecipava, essa situação deve se somar a um cenário que o Banco Central caracteriza como desconforto", aponta Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Apostas de que o BC deve optar por um aperto de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, também marcada para 17 e 18 de setembro, têm crescido entre os agentes financeiros. Segundo a agência Reuters, as chances agora são de 76%.

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, pior para o dólar, que se torna menos atraente conforme os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro norte-americano, os Treasuries, caem.

Com Reuters

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas