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Candidato de esquerda, López Obrador amplia liderança no México

Pesquisa mostra que ele tem mais de 20 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado

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Buenos Aires

A dez dias das eleições no México, as pesquisas de vários institutos não param de mostrar o crescente aumento das intenções de voto no esquerdista Andrés Manuel López Obrador, 64.

Concorrendo pela terceira vez, o candidato agora chega muito perto dos 50% dos votos, numa eleição em que não há segundo turno — quem terminar em primeiro na votação de 1º de julho será o próximo presidente.  

A mais recente pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (21) pelo jornal espanhol El País, e produzida pelo instituto Oraculus, mostra que AMLO (como Obrador é conhecido) tem 49,6% das intenções de voto, contra 27% de Ricardo Anaya (da coalizão centrista Mexico al Frente) e 20,4% do candidato governista José Antonio Meade, do PRI (Partido Revolucionário Institucional).

Nas últimas semanas, Anaya tinha iniciado uma escalada, mas começou a cair após ser revelada uma denúncia de que ele teria sido beneficiado na compra de um terreno por meio de tráfico de influência. Antes de ser candidato, ele era presidente do PAN (Partido da Aliança Nacional, de direita), sigla que governou país entre 2000 e 2012 com Vicente Fox e Felipe Calderón.

Já Meade nunca chegou a despontar. Ele é prejudicado pela má avaliação que se tem da gestão do atual presidente, Enrique Peña Nieto, que tem cerca de 20% de aprovação.

A popularidade de Peña Nieto vem se deteriorando ainda mais nos últimos meses por conta do aumento no número de homicídios em 2017 e dos casos de corrupção envolvendo funcionários de alta cúpula, inclusive sua mulher. Ela foi acusada de ter comprado uma casa em bairro nobre da Cidade do México por um valor muito abaixo do mercado, por meio de um empresário que ganhou várias concessões de obras públicas do governo.

A escalada de AMLO começou no ano passado, usando novamente um discurso novamente mais radical, que ele havia amenizado na eleição passada.

Agora ele voltou a reforçar o tom anti-imperialista, protecionista e com críticas à passividade de Enrique Peña Nieto diante das agressões verbais de Donald Trump e de sua incapacidade de dizer, em público, que o México não pagaria o muro que o presidente americano pretende construir na fronteira entre os dois países.

As pesquisas também indicam que o Morena (Movimento de Regeneração Nacional) pode ser o partido mais votado também para o novo Congresso. A sigla nasceu de uma dissidência do PRD, por sua vez formado de uma dissidência esquerdista do próprio PRI.

Agora, o PRD está na coalizão que apoia o centro-direitista Ricardo Anaya, que era o candidato preferido dos mercados e de publicações como a revista britânica The Economist, que prefere políticas econômicas pró-mercado, enquanto AMLO defende um momento de protecionismo diante da nova configuração regional.


 

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