Siga a folha

China cobra explicações da Alemanha após ministro receber ativista de Hong Kong

Embaixador chinês afirma que encontro com Joshua Wong 'terá consequências negativas'

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Berlim | Reuters

Bastou uma foto no Twitter para o governo da China pôr em xeque as relações bilaterais que mantém com a Alemanha.

Nela, o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, posa ao lado do ativista Joshua Wong, um dos líderes do Movimento dos Guarda-Chuvas em Hong Kong.

O ativista Joshua Wong, à esq., posa ao lado do ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas - Joshua Wong no Twitter

​Wong chegou a Berlim na noite de segunda (9) e foi recebido pela autoridade alemã.

Nesta quarta (11), o embaixador da Alemanha em Pequim foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da China para dar explicações —um gesto de protesto dos chineses.

"Infelizmente, o que aconteceu agora, tenho que dizer, terá consequências negativas nas relações bilaterais, e o lado chinês terá que reagir", disse o embaixador chinês Wu Ken.

O diplomata ainda afirmou que a China tem evidências suficientes de que forças estrangeiras intervieram em Hong Kong durante os protestos.

"Não sabemos qual é o objetivo desses políticos. Eles estão realmente preocupados com a liberdade, a democracia e o Estado de Direito em Hong Kong ou querem adicionar combustível ao fogo e, assim, tirar capital político disso?", questionou.

A China também acusa os Estados Unidos e o Reino Unido de fomentar a agitação em Hong Kong. 

Em Berlim, o ativista disse que Hong Kong era um baluarte entre o mundo livre e a "ditadura da China".

Nas redes sociais, Wong publicou e foi marcado em fotos ao lado de alemães que seguravam guarda-chuvas, uma referência a símbolos dos protestos.

Hong Kong, uma ex-colônia britânica, foi devolvida à China em 1997 sob a fórmula "um país, dois sistemas" que garante liberdades não usufruídas na parte continental do país, incluindo um sistema jurídico independente.

A onda de protestos, que se arrasta há três meses, foi motivada por uma legislação que permitiria extradições para a China. Embora o projeto tenha sido oficialmente cancelado, as pautas do movimento se ampliaram. 

A Alemanha é um importante parceiro comercial da China. No primeiro semestre deste ano, o país negociou, em meio à guerra comercial envolvendo os EUA, quase 100 bilhões de euros (R$ 447,8 bilhões) em mercadorias com a China.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas