Brasil convida governo interino da Bolívia para cúpula do Mercosul
Evento será realizado em 4 e 5 de dezembro no Rio Grande do Sul
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O Brasil convidou representantes do governo interino da Bolívia para a cúpula do Mercosul, que será realizada entre 4 e 5 de dezembro em Bento Gonçalves (RS).
O governo boliviano está a cargo de Jeanine Añez desde 12 de novembro, quando ela se autoproclamou presidente interina após Evo Morales ter renunciado e deixado o país rumo ao exílio no México.
De acordo com o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, o Brasil enviou o convite a Añez por estar na presidência rotativa do Mercosul (bloco que também é formado por Argentina, Uruguai e Paraguai).
Mais tarde, a ministra de Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric, disse que Añez não virá para a cúpula e que ela representará o país no evento, junto com a equipe técnica da chancelaria.
Longaric disse à AFP que a relação bilateral do país com o Brasil estava "bastante desvalorizada" durante a gestão do ex-presidente Evo Morales por suas discrepâncias ideológicas com Bolsonaro. Ela afirmou que "é do interesse da Bolívia estreitar laços e ativar a cooperação internacional".
Evo renunciou em meio a pressões de manifestações populares e das Forças Armadas. Ele se diz vítima de um golpe de Estado.
O governo Jair Bolsonaro, no entanto, considera legítimo o processo que levou Añez ao poder. Após assumir, a presidente interina convocou novas eleições.
Existe divergência dentro do Mercosul sobre a situação da crise na Bolívia. O governo de centro-esquerda do Uruguai, por exemplo, também considera que Evo sofreu um golpe de Estado.
O embaixador Costa e Silva disse nesta sexta que os demais países-membros foram avisados do convite à Bolívia.
“Demos ciência aos nossos sócios de como iríamos proceder e chegamos a um entendimento sobre a melhor maneira”, declarou.
Embora não seja um membro do Mercosul, a Bolívia é um estado associado e está em processo de adesão ao bloco.
O diplomata disse ainda que o Brasil não recebeu qualquer comunicado dos governos da Argentina e do Uruguai sobre a vinda a Bento Gonçalves de representantes dos novos presidentes eleitos, Alberto Fernández (Argentina) e Luis Lacalle Pou (Uruguai).
Outros representantes extra-Mercosul foram convidados para a cúpula e, até o momento, confirmaram presença os chanceleres do Chile e da Guiana.
O Uruguai, por sua vez, estará representado pela vice-presidente Lucía Topolansky, uma vez que o presidente Tabaré Vázquez está se tratando de um câncer e não poderá viajar por questões de saúde.
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