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Manifestantes protestam em Hong Kong em dia que marca um ano de atos pró-democracia

Lei de segurança nacional de Pequim é vista como ingerência no território semi-autônomo

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Hong Kong | Reuters

Nesta terça-feira (9), dia em que os atos pró-democracia em Hong Kong completam um ano, centenas de manifestantes se reuniram no centro do território semi-autônomo para protestar contra uma nova lei de segurança nacional aprovada por Pequim.

A multidão desafiou a forte presença da polícia nas ruas e o veto do governo a aglomerações de mais de oito pessoas —uma medida de combate à epidemia do novo coronavírus. Agentes monitoravam centenas de pessoas que passavam pela área.

Alguns dos presentes seguravam cartazes com os dizeres "não podemos respirar! Hong Kong livre!" e "vidas jovens importam", um aceno aos protestos nos EUA desencadeados pela morte de George Floyd.

Com celulares como lanternas, manifestantes pró-democracia marcham em Hong Kong - Tyrone Siu/Reuters

No ano passado, nesta mesma data, mais de um milhão de manifestantes foram às ruas contra um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China continental, onde os tribunais são controlados pelo Partido Comunista.

A onda de protestos levou o governo a abandonar a proposta, mas o episódio deixou honcongueses alertas para tentativas de Pequim de sufocar as liberdades na ex-colônia britânica —um sentimento que alimentou meses de atos em que polícia e manifestantes entraram em confrontos.

A chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta terça que a cidade, que desfruta de um alto grau de autonomia desde o retorno ao domínio chinês, em 1997, não pode permitir mais caos.

"Todos nós podemos ver a dificuldade que passamos no ano passado e, devido a situações tão sérias, temos mais problemas para resolver", disse Lam em uma entrevista coletiva semanal.

Quase 9.000 pessoas, com idades entre 11 e 84 anos, foram detidas em protestos durante o último ano, informou a polícia na segunda (8). Mais de 600 foram denunciados por desordem pública.

Ativistas, assim como muitos diplomatas e líderes empresariais, temem que leis de segurança nacional que abordem temas como subversão, secessão, traição e interferência estrangeira minem ainda mais as liberdades de Hong Kong, incluindo seu sistema jurídico independente.

As regras também poderiam abrir a porta para que agências de inteligência de Pequim se instalem no território.

Mais protestos estão planejados para os próximos dias, e líderes sindicais planejam fazer um referendo no domingo (14) sobre a realização de uma greve geral.

As autoridades da China continental argumentam que as leis afetarão "um pequeno número de arruaceiros" que representam uma ameaça à segurança nacional. Elas também afirmam que as regras não limitarão liberdades ou prejudicarão investidores.

O proeminente ativista pró-democracia Joshua Wong disse que o mundo testemunha "a deterioração da situação de Hong Kong, com Pequim aumentando a pressão sobre as liberdades da cidade".

"Tenho forte confiança de que teremos meios de resistir e desafiá-los", escreveu o honconguês numa rede social. "Além disso, espero que o mundo possa tomar o lado de Hong Kong e proteger a cidade".

Washington disse que removeria o tratamento especial concedido pelas leis americanas ao território por considerar que Hong Kong não é mais suficientemente autônoma. A União Europeia, o Reino Unido e outros países manifestaram preocupação com a lei aprovada pelo Congresso chinês.

Pequim, por sua vez, afirma que essa reação representa ingerência estrangeira em assuntos domésticos.

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