Biden lança plano econômico de olho em eleitores que apoiam nacionalismo de Trump
Proposta de R$ 3,7 trilhões foca estímulos para indústria americana e geração de empregos
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O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, apresentou nesta quinta-feira (9) um pacote econômico de US$ 700 bilhões (R$ 3,7 trilhões) focado em estímulos para a indústria americana, geração de empregos e investimentos em pesquisa e inovação.
Chamada de "Build Back Better" (reconstruir melhor), a proposta de Biden busca atrair os eleitores que apoiam Donald Trump baseados no bom desempenho econômico dos últimos anos —antes do impacto da pandemia do novo coronavírus— e no discurso nacionalista do presidente condensados no bordão "make America great again" (fazer a América grande novamente).
"Vou me concentrar nas famílias trabalhadoras, nas famílias de classe média, como a minha aqui de Scranton, não na classe dos investidores ricos", disse Biden após visitar uma fábrica em Dunmore, perto de sua cidade natal, no nordeste da Pensilvânia. "Eles não precisam de mim."
O candidato democrata propôs investir US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, como veículos elétricos, energias limpas, redes 5G e biotecnologia, para que "o futuro seja fabricado nos Estados Unidos".
"Os chineses estão gastando milhões de dólares para tentar possuir a tecnologia do futuro, enquanto nós estamos sentados sem fazer nada", disse Biden, acrescentando que esse era um tema em que a liderança global ainda está em disputa.
O governo federal, segundo os planos de Biden, gastaria outros US$ 400 bilhões (R$ 2,1 trilhões) em compras de produtos fabricados no país. Os investimentos, juntos, criariam 5 milhões de novos empregos.
"Quando o governo federal gasta o dinheiro dos contribuintes, ele deveria usá-lo para comprar produtos americanos e apoiar empregos americanos", disse.
Em seu discurso, o candidato afirmou que seu plano econômico inclui as comunidades que "historicamente foram deixadas para trás", citando negros, latinos e descendentes de indígenas.
Pesquisas recentes de intenção de voto apontam que Biden tem uma vantagem significativa sobre Trump entre esses grupos.
O ex-vice-presidente também criticou decisões do governo do republicano, como a Lei de Cortes de Impostos e Empregos, aprovada em 2017.
O projeto acabou beneficiando os mais ricos: reduziu a alíquota superior do imposto de renda, assim como a alíquota do imposto sobre empresas —Biden afirmou que retornará as taxas aos valores originais.
O local do evento, Dunmore, além de evocar as raízes de classe média de Biden, também serve para lhe dar visibilidade em um importante estado-pêndulo —em 2016, Trump venceu a candidata democrata, Hillary Clinton, por menos de um ponto percentual.
Uma pesquisa realizada pelo New York Times e o Siena College no fim de junho mostrou que 56% dos eleitores do estado aprovam a política econômica do republicano.
"Crescer numa família rica olhando os outros com superioridade é bastante diferente da forma como eu cresci aqui", disse Biden.
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