Gráficos explicam tamanho da vantagem de Biden sobre Trump na corrida presidencial
Em meio à pandemia e a protestos por igualdade racial, democrata cresce e lidera disputa com folga
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Em 2016, Donald Trump surpreendeu ao vencer uma eleição na qual esteve o tempo todo atrás nas pesquisas. Pois neste ano o republicano precisará repetir a virada para continuar na Casa Branca.
Ao menos é o que apontam levantamentos mais recentes sobre a disputa eleitoral americana, cujos resultados confirmam cada vez mais o democrata Joe Biden como favorito, e Trump, como azarão.
É para entender o tamanho da vantagem que o ex-vice-presidente abriu no último mês que a Folha preparou uma série de gráficos sobre as preferências dos americanos e sobre como eles enxergam os candidatos.
A pandemia virou o mundo de ponta-cabeça, e seus reflexos na economia, além dos recentes protestos por igualdade racial, são alguns dos fatores que ajudam a explicar o fortalecimento de Biden.
Existem dezenas de institutos de pesquisas, universidades e veículos jornalísticos nos EUA que realizam pesquisas eleitorais. Com diferentes metodologias, qualidade e alcance, elas por vezes mostram números muito díspares —o que torna difícil compreender exatamente o que está acontecendo na disputa.
Os dois levantamentos mais recentes de alcance nacional ilustram bem essa questão. Para o instituto britânico de pesquisa YouGov, se a eleição fosse hoje Biden venceria Trump por 45% a 40%. Já para a Monmouth University, a vantagem do democrata é bem maior, de 53% a 41%.
Existem até sites, como o 538 e o Real Clear Politics, especializados em analisar as pesquisas, traçando um cenário mais preciso —ambos consideram o levantamento da Monmouth mais confiável, por exemplo.
Na média das pesquisas calculada pelo 538 até esta sexta-feira (3), Biden tem 9,6 pontos percentuais de vantagem sobre Trump, o que representa a maior diferença de um candidato sobre seu adversário em junho de um ano eleitoral em mais de duas décadas.
Bill Clinton foi o último a conseguir superar esse número —em junho de 1996, quando disputava a reeleição, desfilava 11,9 pontos percentuais de vantagem sobre seu então rival, o republicano Bob Dole.
No ciclo de 2016, Hillary chegou a abrir 7,5 pontos percentuais sobre Trump. No fim, até venceu no total de votos —48,2% contra 46,1%—, mas na disputa que importa, a do Colégio Eleitoral, a vitória foi de Trump.
Outro caso famoso é o do democrata Michael Dukakis, que em junho de 1988 tinha 5 pontos percentuais de vantagem sobre George H. W. Bush. O republicano, no entanto, acabaria vencendo com tranquilidade, com 8 pontos percentuais à frente do rival.
No Colégio Eleitoral, Bush massacrou o rival, vencendo em 40 dos 50 estados. O peculiar sistema eleitoral americano é outro desafio para quem quer entender a disputa, já que o vencedor não é obrigatoriamente o mais votado.
Cada um dos estados americanos tem um número de votos no Colégio Eleitoral proporcional à sua população. A Califórnia, com 39,51 milhões de habitantes, por exemplo, tem direito a 55 representantes. Já a Dakota do Sul, com 884,6 mil, a 3.
O candidato que vence a eleição em um estado leva todos os votos dele —as exceções são Nebraska e Maine, que dividem os votos de maneira mais proporcional. No fim do processo, é eleito quem conquistar mais da metade dos votos no Colégio Eleitoral, ou seja, ao menos 270 dos 538 votos possíveis.
Assim, a chave para vencer a eleição é conquistar os chamados estados-pêndulo, que ora votam em republicanos, ora votam em democratas.
E a vantagem neles atualmente é toda de Biden, que lidera nos seis principais vencidos por Trump há quatro anos: Flórida, Arizona, Carolina do Norte, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.
Por isso, são esses seis estados que devem concentrar a maior parte das atenções dos analistas daqui até 3 de novembro, o dia da eleição.
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