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Juíza mais velha da Suprema Corte dos EUA diz que está tratando recidiva de câncer

Eventual vacância no cargo pode dar a Trump chance de aumentar maioria conservadora no tribunal

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Reuters

Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos EUA, anunciou nesta sexta (17) que está passando por sessões de quimioterapia para tratar a recidiva de um câncer, mas disse que não pretende se aposentar.

Em comunicado divulgado pelo tribunal, a juíza relatou que um check-up realizado em fevereiro, seguido de biópsia, mostrou lesões cancerígenas em seu fígado. Ela explicou ainda que o tratamento quimioterápico, iniciado em maio, tem produzido resultados positivos.

"Sempre disse que continuaria sendo um membro da corte enquanto pudesse fazer o trabalho a todo vapor. Continuo plenamente capaz de fazer isso", afirmou a juíza.

Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos EUA - Mandel Ngan / AFP

Ginsburg tem 87 anos e é a mais velha entre os membros do tribunal. A eventual vacância de seu cargo pode dar ao presidente Donald Trump a oportunidade de nomear um novo juiz para a Suprema Corte e aumentar a maioria conservadora na instituição.

Dos nove atuais membros do tribunal, cinco são considerados conservadores, incluindo Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh, escolhidos pelo republicano, respectivamente, em 2017 e 2018.

Ginsburg, por sua vez, é vista como uma magistrada progressista. Nomeada por Bill Clinton em 1993, foi responsável por votos importantes em decisões que expandiram direitos para mulheres e pessoas LGBT.

Desde 1999, a juíza passou por vários tratamentos contra tumores nos pulmões, cólon e pâncreas.

Ela diz que seus médicos tentaram tratar as atuais lesões no fígado com imunoterapia, mas a estratégia foi malsucedida. Com a quimioterapia, no entanto, seus exames mostraram redução significativa das lesões hepáticas e nenhuma nova doença.

Esse tratamento também não impediu a juíza de acompanhar os casos da Suprema Corte nos últimos meses. "Continuarei com a quimioterapia quinzenal para manter meu câncer sob controle e serei capaz de manter uma rotina diária ativa", afirmou Ginsburg.

Nas últimas semanas, a Suprema Corte americana tem barrado iniciativas que Trump pretendia usar em sua campanha para permanecer na Casa Branca —ele disputa com o democrata Joe Biden em novembro.

No fim de junho, a corte vetou o fim do Daca, um programa que facilita a residência de imigrantes que entraram de maneira ilegal nos EUA quando crianças e cresceram no país, e determinou que gays e transexuais não podem sofrer discriminação no trabalho.

Logo depois, a Suprema Corte decidiu retirar restrições ao aborto na Louisiana. O republicano faz campanha aberta contra o procedimento e inclusive participou de uma marcha no começo do ano.

O tribunal também se negou a julgar dez apelações de casos relacionados ao porte de armas. Grupos armamentistas consideravam esses processos um caminho para ampliar o escopo da 2ª Emenda e impedir estados de cercear a compra e o porte de pistolas e similares.

Na semana passada, porém, a corte apoiou a decisão de Trump de permitir que os empregadores possam recorrer a argumentos religiosos ou morais para deixar de fornecer anticoncepcionais a funcionárias.

A decisão enfraquece o Obamacare, lei aprovada durante a gestão do democrata Barack Obama e que Trump tenta desmantelar para agradar sua base eleitoral.

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