Milhares violam veto a aglomerações no Paquistão e vão a funeral de clérigo
Evento reuniu dezenas de milhares enquanto país tem alta de casos de Covid-19
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Dezenas de milhares de paquistaneses compareceram neste sábado (21) ao funeral de um clérigo linha-dura na cidade de Lahore, desafiando a proibição a grandes reuniões públicas imposta após o aumento dos casos de Covid-19 no país.
Khadim Hussain Rizvi, 54, morreu de parada cardíaca na quinta (19), poucos dias depois de liderar uma violenta marcha na capital, Islamabad, contra a publicação na França de charges retratando o profeta Maomé.
Por causa da alta de novos casos de Covid-19 neste mês, o governo proibiu grandes eventos e reuniões e afirmou que o país passa por um repique de contágios após três meses de estabilidade no controle da pandemia.
Dados oficiais divulgados no sábado mostram que 2.843 pessoas receberam diagnóstico da doença e 42 morreram nas últimas 24 horas —ambos os números são os mais altos para um único dia desde julho.
Os organizadores do funeral disseram que o governo não havia lhes pedido para restringir o número de presentes. Autoridades paquistanesas não responderam a um pedido de comentário sobre o evento, que levou à suspensão de serviços de telefonia celular e ao bloqueio das principais estradas por motivos de segurança.
Uma autoridade local, que pediu para não ser identificada, disse estimar que cerca de 200 mil pessoas compareceram ao funeral.
O número de presentes era tão grande que o caixão de Rizvi não pôde ser carregado pela multidão até o local preparado para a cerimônia e teve de ser colocado em uma ponte próxima para as orações.
Conhecido por seus sermões inflamados, Rizvi chefiou o partido Tehrik-i-Labaik Paquistão, que usa denúncias de blasfêmias para mobilizar seus apoiadores e organizou vários protestos nos últimos anos, pressionando o governo em uma série de questões.
No início deste mês, o clérigo liderou uma marcha de milhares de manifestantes até Islamabad que bloqueou uma das principais rotas de entrada na cidade durante horas e teve conflitos entre os manifestantes e a polícia.
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