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Aprovação definitiva da Pfizer deve impulsionar exigência de vacinação nos EUA

Pentágono prepara regras para imunização obrigatória de 1,4 milhão de militares na ativa

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São Paulo

A aprovação definitiva pela FDA, agência reguladora de medicamentos nos EUA, para aplicação da vacina da Pfizer em maiores de 16 anos deve impulsionar a exigência de imunização contra Covid a funcionários de hospitais, universidades, empresas e outras organizações. O anúncio foi divulgado nesta segunda (23).

O Pentágono, por exemplo, anunciou que o secretário de Defesa, Lloyd Austin, enviará diretrizes a 1,4 milhão de militares na ativa para que se vacinem. Ainda não há detalhes sobre a determinação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, durante pronunciamento após anúncio da aprovação definitiva da vacina da Pfizer pela FDA - Jim Watson/AFP

Após a decisão, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também divulgou que a cidade, o maior distrito educacional dos EUA, exigirá a imunização dos 148 mil professores e funcionários de escolas públicas. Eles têm de receber ao menos uma dose até 27 de setembro —o ano letivo começa em 13 de setembro.

Assim, os funcionários do Departamento de Educação não terão mais a opção de realizar testes semanalmente —determinação de julho exigia dos 340 mil servidores exames ou vacinação. “Queremos que as escolas sejam extraordinariamente seguras ao longo de todo o ano”, afirmou Blasio.

Já no estado de Nova York, a aprovação da FDA faz com que entre em vigor a obrigatoriedade de imunização dos alunos que frequentem presencialmente as aulas na Universidade do Estado de Nova York, em Albany, e na Universidade da Cidade de Nova York —ambas somam 875 mil alunos na graduação.

Entre as empresas privadas, a decisão impacta diretamente os funcionários da United Airlines. No início do mês, a companhia aérea havia anunciado que seus empregados precisariam apresentar comprovante de imunização em até cinco semanas após a aprovação definitiva da agência reguladora.

Como forma de incentivo, a empresa estabeleceu um bônus de um dia de salário àqueles que apresentarem o comprovante até 20 de setembro, exceto pilotos e comissários de bordo, que já receberam benefício negociado pelo sindicato da categoria.

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Antes mesmo da aprovação definitiva, no entanto, outras firmas já haviam anunciado a obrigatoriedade da vacinação, como Google e Disney. A expectativa agora, tanto de autoridades de saúde quanto do presidente Joe Biden, é que mais empresas e governos locais passem a exigir a imunização dos funcionários e que o anúncio encoraje os 85 milhões que podem se vacinar a buscar a injeção.

“Façam o que eu fiz no mês passado. Exijam que seus funcionários se vacinem ou enfrentem restrições duras”, disse Biden, em referência aos testes frequentes, durante pronunciamento nesta segunda.

No fim de julho, o democrata anunciou a vacinação obrigatória dos servidores federais —quem optasse por não receber o imunizante deveria usar máscara, manter distanciamento e fazer exames duas vezes por semana. Os EUA possuem 3,7 milhões de servidores civis públicos federais e contratados terceirizados, de acordo com a agência de notícias Reuters.

O país enfrenta uma queda no ritmo de vacinação, enquanto vê acelerar a propagação da variante delta, identificada inicialmente na Índia. A média móvel de casos saltou de 11,8 mil no início de julho para 147,3 mil neste domingo (22), e a de mortes, de 218 para 1.000 —a delta representa 98,2% das amostras analisadas, segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade Oxford.

Com 73% dos americanos com mais de 18 anos que receberam ao menos uma dose da vacina e 62,4% completamente imunizados, o desafio tem sido convencer os hesitantes. Segundo levantamento do Instituto Gallup divulgado no início de agosto, 8% dos adultos ainda pretendem se imunizar, e 5% não se vacinariam, mas poderiam mudar de ideia. A fatia dos que não voltariam atrás na decisão, por outro lado, foi de 18% —número que chegou a 49% em setembro do ano passado. A organização ouviu 3.475 adultos entre 19 e 26 de julho, e a pesquisa tem margem de erro de dois pontos.

Para a comissária da FDA, Janet Woodcock, a aprovação definitiva pode ser o impulso que faltava. A decisão, no entanto, não inclui o uso das vacinas em crianças de 12 a 15 anos, cujo uso continua como emergencial, enquanto a Pfizer reúne os dados necessários para pedir a autorização permanente.

O número crescente de crianças infectadas pelo coronavírus tem preocupado os pais às vésperas da volta às aulas. Em pronunciamento, Biden tentou tranquilizá-los, afirmando que casos graves entre crianças ainda são muito raros. A decisão da FDA ainda estendeu a validade da vacina, de seis para nove meses, e confirmou possíveis efeitos colaterais —aumento de inflamação cardíaca, especialmente entre homens jovens na semana após a segunda dose. Também ficou permitida a comercialização do imunizante, sob o nome de Comirnaty. A Pfizer, porém, afirmou que só o governo federal distribuirá as doses nos EUA.

Com Reuters e The New York Times

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