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Variante ômicron deixa milhares de turistas presos na África do Sul

Países proibiram o pouso de voos partindo da região sul do continente africano, onde mutação foi detectada

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Romain Chanson
Joanesburgo | RFI

Depois do Reino Unido, na quinta-feira (25), os anúncios de fechamento de fronteiras aos países do sul da África se multiplicam. Da União Europeia, passando pelas nações do Oriente Médio, da Ásia e da América Latina, inclusive o Brasil, poucos são os aeroportos onde os voos oriundos da África do Sul ainda podem aterrissar.

Nos terminais sul-africanos, turistas estrangeiros estão em pânico e tentam a todo custo encontrar alternativas para voltar a seus países de origem. Em Joanesburgo, Lynette (que não informou o sobrenome) está desesperada para embarcar em qualquer voo em direção à Austrália, depois de passar férias com a família na África do Sul.

"Vim para ver meus pais, que eu não havia encontrado há três anos. O governo australiano reabriu as fronteiras recentemente, então aproveitei para vir visitar meus pais. Mas agora não posso mais voltar para a minha casa. É horrível", afirma, em entrevista à RFI.

Viajantes em fila de check-in no aeroporto de Joanesburgo neste sábado - Phill Magakoe - 27.nov.21/AFP

Em frente ao balcão de check-in da companhia Ethiopian Airlines, uma fila imensa aguarda atendimento. É passando pela capital Adis Abeba que Maria e sua mãe vão poder voltar à Noruega. Uma agência de viagens conseguiu encontrar um voo para elas no último minuto.

"Deveríamos voltar com a British Airways, mas nosso avião foi cancelado quando estávamos no meio do mato sem internet. Genial!", ironiza a turista norueguesa, que também não informou o sobrenome.

Na mesma fila, um jogador de golfe sueco, que prefere não se identificar, aguardava para ser atendido. Ele viajou à África do Sul para o Aberto de Joanesburgo, que acabou sendo cancelado porque vários atletas estrangeiros resolveram voltar às pressas a seus países de origem, depois dos primeiros anúncios de fechamento de fronteiras.

David, responsável pelo material esportivo do esportista sueco, não vê a hora de poder chegar em casa. "Dá medo de estar aqui no momento em que acabaram de descobrir essa nova variante. Quero ir embora o mais rápido possível", diz.

Diante do aumento da procura por voos de último minuto, as passagens são vendidas a preço de ouro. Dois amigos alemães contaram à RFI que pagaram 1.900 euros (mais de R$ 12 mil) para chegar a Munique, passando pela Etiópia.

África do Sul se sente "castigada"

O governo sul-africano lamentou o fechamento das fronteiras aos seus cidadãos e viajantes e considerou que o fato de ter descoberto a nova variante ômicron do coronavírus graças à competência de seus cientistas está "castigando" o país.

"Essas proibições de viagem castigam a África do Sul pela sua capacidade avançada no sequenciamento de genomas e em detectar mais rapidamente as novas variantes. A excelência científica deveria ser aplaudida, não castigada", disse o governo em um comunicado.

"Vemos também que há novas variantes detectadas em outros países. Nenhum desses casos tem relação recente com o sul da África. E a reação com esses países é radicalmente diferente da gerada pelos casos no sul da África", lamentou o Ministério das Relações Exteriores no texto.

O governo sul-africano destacou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda que sejam tomadas medidas semelhantes e pediu uma "abordagem científica, baseada nos riscos".

Na sexta-feira (26), o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, denunciou a decisão de vários países de fecharem suas portas para essa região do continente antes mesmo de conhecerem os perigos da nova variante. "Alguns líderes buscam bodes expiatórios para resolver um problema que é mundial", disse.

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