Jornalista chilena baleada em atos do 1º de Maio morre em Santiago
Francisca Sandoval foi atingida na cabeça; polícia acusa grupo que explora comércio ambulante na região
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A jornalista chilena Francisca Sandoval, 30, internada desde que foi baleada na cabeça enquanto cobria as manifestações de 1º de Maio em Santiago, morreu nesta quinta-feira (12). A repórter do veículo comunitário Señal 3 de La Victoria foi uma das três pessoas feridas por armas de fogo na ocasião.
Investigação da polícia aponta que os projéteis foram disparados por integrantes de um grupo criminoso que domina o comércio ambulante do bairro Meiggs e estaria envolvido também na exploração de imigrantes. Na semana passada, três acusados de terem participado do tiroteio na manifestação foram detidos; um deles, Marcelo Naranjo, 41, é apontado como provável autor dos disparos contra a jornalista.
Durante a marcha, convocada pela Central dos Trabalhadores da comuna de Estación Central, incidentes foram relatados quando manifestantes montaram barricadas entrando em lojas e enfrentando comerciantes. Teria sido nesse momento que os criminosos dispararam e atingiram Sandoval.
De acordo com o médico responsável pelo tratamento, a jornalista teve uma hemorragia cerebral e apresentou quadro clínico instável desde que chegou ao hospital.
Logo após a confirmação da morte, na manhã desta quinta, o presidente do Chile, Gabriel Boric, expressou condolências à família da profissional, a quem descreveu como vítima inocente de criminosos. "Não permitiremos a impunidade em nenhum caso", escreveu o esquerdista em sua conta no Twitter.
"A violência prejudica a democracia e afeta as famílias de forma irreparável. Nosso compromisso é com a segurança e com a Justiça, e não vamos descansar."
A emissora na qual a repórter trabalhava também lamentou o óbito. "Francisca não nos deixou, ela foi assassinada. Com essas palavras confirmamos a morte da querida Fran. Sentiremos sua ausência e faremos o possível para encontrar a verdade", disse em um comunicado.
Ainda nesta quinta, um grupo de estudantes de jornalismo protestou em frente ao hospital onde a profissional morreu, para denunciar violações de direitos humanos e de ameaças à liberdade de imprensa. O local se tornou ponto de atos, em algumas ocasiões violentos, desde que a jornalista foi internada.
Durante os 12 dias, a imprensa chilena noticiou barricadas nas imediações da instituição, além de vandalismo a uma estação de serviço e saques a duas farmácias. O movimento chegou a incomodar os trabalhadores do hospital, que fizeram um protesto na quarta pedindo mais medidas de segurança.
Em entrevista à Señal 3, a família da jornalista agradeceu a solidariedade, mas pediu calma aos manifestantes. "Que não haja incidentes e confrontos fora do hospital. Esse é um pedido expresso de sua família, por isso esperamos o respeito de todos aqueles que vêm para expressar seu carinho", disse.
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