Veja 5 fatores para entender a eleição presidencial na Colômbia
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De um lado um candidato de esquerda; de outro, um político excêntrico tido como azarão. Lembra alguma eleição no Brasil? Só que não. O assunto da vez é a disputa presidencial na Colômbia. O segundo turno será realizado no domingo (19), entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. Você sabe quem são eles?
Calma, antes de mostrar as principais propostas de cada um, convidei a repórter especial Sylvia Colombo para listar cinco fatores que ajudam a entender o pleito.
1) Presença dos jovens
O voto não é obrigatório no país, e a participação dos jovens pode ter impacto na abstenção, tradicionalmente alta. Eles estão mais envolvidos na política local desde grandes protestos no ano passado e em 2019.
"Isso acabou catapultando o Petro. Segundo pesquisas, a maior parte desses jovens foi para o lado do esquerdista", diz Sylvia. A Colômbia nunca teve um presidente desse campo.
2) Economia
A eleição de 2018 foi a primeira depois do acordo de paz com as Farc e teve esse tema como central. Agora, em meio à melhora na pandemia, estão mais latentes assuntos que impactam o bolso: inflação, emprego, salário e Previdência.
3) Violência
Apesar do discurso belicoso em relação ao crime organizado do presidente Iván Duque, a violência no país é pior hoje do que há quatro anos.
"O uribismo [corrente liderada pelo caudilho de direita Álvaro Uribe] e Duque estavam representados na candidatura do direitista Federico ‘Fico’ Gutiérrez, mas ela foi descartada já no primeiro turno. A população entendeu que esse não é o melhor modo de combater a violência", avalia Sylvia.
4) Diversidade
De forma inédita, as mulheres ganham protagonismo. Os dois candidatos têm como vice mulheres negras: a companheira de chapa de Petro é Francia Márquez, advogada e ativista ambiental de 40 anos; com Hernández está Marelen Castillo Torres, pedagoga e estreante na política.
5) Polarização e ataques
Assim como nas últimas eleições brasileiras, a disputa é polarizada e marcada por troca de farpas. A equipe de Petro disse ter sido espionada e vítima de um "ataque sujo" após uma revista divulgar vídeos que mostram integrantes da campanha discutindo, com linguagem chula, estratégias para atacar concorrentes.
Os fatores relatados pela Sylvia ajudam a explicar como o segundo turno foi formado, com a derrota dos partidos mais tradicionais.
A decisão dos colombianos de levar Petro e Hernández à disputa final está ligada à forte rejeição a Duque e às políticas da direita. Mas quem são os candidatos?
Gustavo Petro, 62
Ex-membro do M-19, guerrilha urbana com atuação de 1970 a 1990, foi preso e torturado na década de 1980. Senador duas vezes, liderou a prefeitura da capital colombiana, Bogotá, segundo cargo mais importante do país.
O que promete: reforma agrária, redução da taxa de desemprego (hoje em 12%) por meio da criação de vagas no Estado e diminuição da dependência da economia em relação ao petróleo. Petro disse que seu governo seria uma social-democracia e que expropriações estão fora dos planos.
Rodolfo Hernandéz, 77
Rico empresário do setor da construção, foi prefeito de Bucaramanga e tem origem pobre. Surpreendeu no primeiro turno, ao superar candidatos tradicionais de direita. Faz campanha calcada num discurso anticorrupção e forte presença nas redes sociais —com relatórios diários em transmissões ao vivo (lembra alguém?).
No currículo, acumula polêmicas. Ele já deu entrevista de pijamas e disse ser admirador de Adolf Hitler —depois pediu desculpas e afirmou que tinha confundido o ditador nazista com o cientista Albert Einstein.
O que promete: o programa de governo é vago e mistura elementos de direita e esquerda. Apesar de ser contra o aborto e o casamento igualitário, é a favor da legalização das drogas.
Imagem da semana
Onde: Moscou, Rússia
O que aconteceu: centenas de pessoas formaram enormes filas para entrar em antigas unidades do McDonald’s que reabriram no domingo (12), agora como marca local. Os novos restaurantes foram batizados de Vkousno i tochka (delicioso e ponto final). O CEO do grupo que assumiu o comando da rede, Oleg Paroiev, disse se esforçar para que os clientes não percebam diferenças nos produtos.
E a Guerra?
Os conflitos na Ucrânia seguem concentrados na região do Donbass, cujo domínio é um dos objetivos declarados do Kremlin, com o cerco se fechando cada vez mais para as tropas de Kiev.
Forças da Rússia destruíram acessos a Severodonetsk, cidade considerada vital para a tomada de toda a província de Lugansk, e impõem um cerco similar ao que ocorreu em Mariupol. Chefes militares da Ucrânia afirmaram que estão perdendo a guerra no leste do país por falta de munição.
Cada vez mais os ucranianos gritam acerca da fadiga identificada no Ocidente com a guerra. Pesquisa divulgada nesta quarta (15) mostra que os europeus tendem mais a apoiar um acordo de paz que encerre a guerra, mesmo que com concessões de Kiev, do que a buscar a punição da Rússia a qualquer custo.
Não perca as últimas atualizações sobre o conflito aqui.
O que aconteceu?
Uma seleção de notícias para entender o mundo
Ásia: O Parlamento do Japão aprovou na segunda (13) um projeto para endurecer a pena para casos de assédio moral pela internet, o cyberbullying. A discussão sobre o tema ganhou tração após o suicídio de Hana Kimura, 22, lutadora que participou de um reality show na Netflix.
Oceania: A Austrália anunciou no sábado (11) um acordo com o estaleiro francês Naval Group por causa do rompimento de um contrato bilionário para a construção de submarinos de propulsão nuclear. Camberra gerou uma crise diplomática com Paris depois de firmar um pacto militar com EUA e Reino Unido.
Oriente Médio: O Irã começou a remover na quinta (9) equipamentos de monitoramento da agência de energia atômica. O país alertou que promoveria retaliações depois de uma resolução com críticas a Teerã por falhar em explicar vestígios de urânio em três locais. A medida gerou críticas.
Erramos: o texto foi alterado
Em versão anterior, legenda de imagem que combina duas fotos trocou a posição dos candidatos à Presidência da Colômbia. Gustavo Petro aparece à esquerda, não à direita.
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