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Presidente de Israel pede equilíbrio após crise aberta por ofensivas do governo

Reforma da Suprema Corte apresentada por Binyamin Netanyahu levou a embates com oposição

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São Paulo

Diante de embates políticos aflorados em Israel pelas primeiras medidas e atitudes da coalizão de governo mais à direita da história do país, o presidente Isaac Herzog, veterano do Partido Trabalhista, pediu calma. "Precisamos baixar a temperatura", disse ele, nesta terça-feira (10).

O chefe de Estado, eleito em 2021 pelo Parlamento israelense, pediu que "eleitos e cidadãos de todo o espectro político" prezem por moderação e responsabilidade. "Esse é um período sensível e volátil."

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, ao lado do presidente do país, Isaac Herzog, em Jerusalém, pouco após a vitória da coalizão governista ser formalizada - Ronen Zvulun - 13.nov.22/Reuters

As declarações vêm após uma crescente disputa de narrativas entre partidários do premiê Binyamin Netanyahu e políticos da oposição de centro-esquerda. O caso gira em torno da controversa reforma judicial pautada pelo governo —uma ofensiva que enfraqueceria a Suprema Corte.

Mais cedo, o parlamentar Zvika Fogel, da coalizão Otzmá Yehudit (Força Judaica), pediu a prisão de líderes da oposição, acusando-os de trair o Estado e serem pessoas perigosas. O pedido foi ecoado por correligionários, que alegam que políticos da oposição estavam incitando o derramamento de sangue.

As falas vieram depois de líderes como o ex-ministro da Defesa Benny Gantz dizer que o plano de reforma judicial poderia levar a uma guerra civil e incitar a população a ir às ruas em repúdio ao projeto. Yair Lapid, ex-premiê, antecessor de Netanyahu, afirmou que a reforma minaria a democracia.

Segundo o jornal Times of Israel, Bibi, como o atual primeiro-ministro é conhecido, conversou com Herzog e buscou se distanciar dos comentários de membros de sua coalizão —mas não os condenou. "Em um país democrático, não prendemos chefes da oposição", disse o premiê nas redes sociais.

Em seguida, criticou: "Assim como não chamamos ministros de nazistas ou um governo judeu de Terceiro Reich e tampouco encorajamos a desobediência civil". Ele se referia a cartazes numa manifestação contra a reforma judicial neste fim de semana, na qual membros do governo foram comparados a nazistas.

A situação escalou após o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ultranacionalista que com episódios espalhafatosos tem intensificado a tensão política, ordenar que a polícia reprimisse manifestantes caso eles parassem o trânsito. Membros da oposição como Lapid disseram que um discurso como esse culminaria em violência contra civis.

Depois, no Twitter, o ex-premiê criticou nominalmente Netanyahu. "Em um país democrático, não se ataca os cidadãos ou o sistema de Justiça", escreveu. "Você se tornou um premiê fraco e acuado por seus parceiros extremistas, que estão levando o Estado de Israel à ruína."

Netanyahu, que comandou o país por 12 anos anteriormente, até 2021, voltou ao poder ao lado de uma coalizão de ultradireita após vencer as eleições em novembro. Seus aliados têm despertado conflitos não só com a oposição, como também com palestinos, numa situação descrita por analistas como potencial para escalar a tensão regional.

Nesta segunda-feira (9), por exemplo, Ben-Gvir disse ter orientado a polícia do país a proibir o hasteamento de bandeiras palestinas em público. Dias antes, sua ida ao complexo da mesquita Al-Aqsa, um local sagrado, despertou uma crise diplomática que incluiu críticas inclusive do Brasil.

Com Reuters

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