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Além da Petrobras

Com nova troca, Bolsonaro mostra que projeto eleitoral ignora lógica e escrúpulo

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Sede da Petrobras, no Rio - Mauro Pimentel/AFP

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Jair Bolsonaro (PL) e seus adeptos lançaram nova ofensiva da campanha para conter —ou parecer que tenta conter— os preços dos combustíveis e da energia elétrica.

O governismo abriu mão de impostos, com aumento da dívida pública; quer impor cortes de tributos a estados e municípios, suspender no Congresso reajustes de energia elétrica e ensaia promover um tabelamento de preços ao menos temporário na Petrobras.

Não foi por outro motivo que o candidato a reocupar o Planalto demitiu o terceiro presidente da petroleira em menos de quatro anos, no cargo havia meros 40 dias. Bolsonaro cria instabilidade a fim de obrigar a direção da estatal a segurar a alta dos combustíveis. Os reajustes já têm sido espaçados.

O mandatário e sua trupe populista querem financiar a aquisição de alguns pontos nas pesquisas de voto por meio da apropriação de receitas de governos estaduais e municipais, da redução forçada do faturamento da Petrobras e da instabilidade do setor elétrico.

É incerto se a frente vai alcançar integralmente seus objetivos. Seja como for, terá conseguido ao menos difundir ainda mais a percepção de que estabilidade administrativa, contratos, estatutos, leis e normas de responsabilidade orçamentária correm risco no país sob a atual administração.

A quarta mudança no comando da Petrobras é ato que mistura incompetência com demagogia. Se o comando de qualquer instituição é alterado com tamanha frequência, as escolhas do presidente são também más ou irresponsáveis.

No caso, trata-se da maior empresa e maior investidora do Brasil, produtora de um insumo crucial para a economia e de mercadoria de peso nas exportações. É decisão que afeta a imagem econômica do país, acionistas (entre eles o próprio Tesouro Nacional), credores e outros tantos participantes do mercado, como importadores de combustível.

Um tabelamento informal pode até mesmo afetar o abastecimento, em parte importado.

Pelas normas da companhia, o novo indicado para presidir a Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade, não apresenta um currículo com os requisitos necessários para ocupar o cargo. Ainda que o nome venha a ser aprovado, não se diz com que objetivos assumiria a empresa, além daqueles do interesse político de Bolsonaro.

Não se veem mais programas ou diretrizes de administração para a petroleira. Mas não só para ela: a política econômica parece rendida ao imediatismo de um projeto de estelionato eleitoral.

editoriais@grupofolha.com.br

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