Siga a folha

Descrição de chapéu
Jacques Constantino

Momento de loucura

Parlamentar britânico que viu pornô renuncia; no Brasil, deputado cassado e condenado ganha indulto

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Jacques Constantino

Jornalista formado pela Metodista, está na Folha desde 1996; foi redator dos cadernos regionais e, em Mercado, foi redator e editor-assistente. Atualmente, trabalha na edição do jornal impresso

São Paulo

Neil Parish, deputado britânico do Partido Conservador, anunciou no sábado (30) que renunciaria ao cargo após admitir ter assistido a vídeos pornográficos nas dependências do Parlamento. E em duas ocasiões.

À BBC o correligionário do premiê Boris Johnson disse que, na primeira vez, viu os filmes por acidente, enquanto fazia pesquisas sobre máquinas agrícolas na internet. Depois, confessou, reincidiu deliberadamente, num "momento de loucura".

O parlamentar britânico Neil Parish - Richard Townshend/UK Parliament/France Presse

Duas colegas de Parlamento que estavam sentadas ao lado de Parish o haviam denunciado por ver os filmes no celular. Em entrevista ao jornal The Times, a mulher do parlamentar, Sue Parish, disse achar compreensível que as deputadas tivessem se sentido constrangidas, mas ressaltou que o marido é um cara legal e amável. "Se toda mulher fosse ficar brava com maridos que assistem a pornografia, não sobrariam muitas esposas no mundo", afirmou Sue.

Quando lhe perguntaram por que assistira aos vídeos, o deputado, 12 anos de mandato, respondeu que perdera o senso de decência. "Provavelmente tenho uma das melhores reputações da Casa —ou tinha."

Homem mostra faixa com apoio a Arthur do Val - Rivaldo Gomes/Folhapress

No Brasil, um deputado estadual foi flagrado pelas câmeras apalpando uma colega. Para ele, foi um abraço "fugaz", não um momento de loucura. Não renunciou como o britânico. Foi expulso do partido, suspenso por seis meses e virou réu. Um membro do Conselho de Ética disse que a deputada teve "sorte" por ter sido apalpada, pois deverá se reeleger em razão da repercussão do caso.

Um deputado da mesma Assembleia teve vazados áudios em que exaltava as ucranianas como "fáceis" de pegar porque são pobres. Só renunciou depois de iniciado processo de cassação por falta de decoro.

Um vereador se desculpou —"se alguém se sentiu ofendido"— por um "É coisa de preto, né".

Um deputado cassado e condenado pelo Supremo por atentar contra a democracia foi indultado pelo presidente que costuma zombar do Estado de Direito.

Que loucura.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas