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Desmate e fogo seguem em alta, sinal de que saída de Salles não fez diferença

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O ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente - Sergio Lima - 14.dez.21/AFP

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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, conseguiu aquilo que parecia impossível. Alçado ao comando da pasta há um ano, no lugar de Ricardo Salles, investigado pela Polícia Federal sob suspeita de favorecer exportadores de madeira ilegal, ele vem colecionando resultados ainda piores que os de seu turbulento predecessor.

Tome-se, por exemplo, os incêndios na Amazônia, cuja expressiva alta a partir de 2019 deflagrou uma crise internacional e calcinou a imagem do Brasil no exterior.

Apenas em maio, a floresta amazônica registrou 2.287 focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) —um crescimento de assombrosos 96% em relação a maio de 2021 e a maior quantidade de queimadas para o mês desde 2004.

Considerados os primeiros cinco meses, o salto no número de fontes de calor foi de 22% na comparação com o ano passado.

No cerrado, a situação se mostra ainda mais alarmante. Os 3.578 incêndios anotados em maio não só representam um aumento de 35% em relação ao mesmo mês do ano passado como constituem o maior número no bioma desde o início da série histórica, em 1998/1999.

O descalabro também se repete nos índices de destruição florestal. Em abril, os alertas de desmatamento na Amazônia emitidos pelo sistema Deter, do Inpe, indicaram uma área devastada de 1.012,5 km², um aumento espantoso de 74% na comparação com o mês correspondente de 2021.

Trata-se de um recorde dentro da série que começou em 2016 e a primeira vez em que o corte raso ultrapassa a barreira dos 1.000 km² em abril, mês no qual as chuvas na região dificultam a derrubada.

Verdade que ao menos as controvérsias públicas diminuíram, já que o estilo falastrão e belicoso de Salles deu lugar aos modos mais discretos e conciliatórios de Leite. A despeito disso, como explicitam os dados, os danos ao patrimônio natural só fizeram crescer.

A sinistra façanha não surpreende, dado que o desmantelamento dos órgãos de fiscalização e controle, um dos legados mais funestos de Salles, segue a todo vapor. Ibama e ICMBio continuam manietados, carentes de respaldo institucional e com diretorias repletas de policiais e militares.

Trata-se de política, ou falta dela, inspirada por Jair Bolsonaro (PL), não por este ou aquele ministro.

editoriais@grupofolha.com.br

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