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Não às provocações

Afastamento de coronel que espalhava mentiras sobre urnas expõe despreparo das Forças Armadas

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Militares durante inspeção do código fonte do sistema eletrônico de votação, na sede do Tribunal Superior Eleitoral. - Pedro Ladeira - 3.ago.2022/Folhapress

Duas medidas tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral nesta segunda (8) mostraram ao comando das Forças Armadas que não há tolerância para quem quiser tumultuar o pleito de outubro.

Pela manhã, a corte comunicou ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o descredenciamento de um dos militares indicados pelas Forças Armadas para participar dos trabalhos de fiscalização do processo eleitoral.

O coronel do Exército Ricardo Sant’Anna foi posto para fora após a descoberta de publicações que fez nas redes sociais, disseminando mentiras e teses fantasiosas sobre a segurança da votação eletrônica.

Como explica o ofício do tribunal, assinado pelos ministros Edson Fachin, que preside o TSE, e Alexandre de Moraes, que assumirá o posto na próxima semana, constatou-se que o coronel não tem isenção para fiscalizar nada, e por isso não merece a confiança do tribunal.

Se é espantoso que o Ministério da Defesa tenha nomeado alguém assim para atuar na auditoria das eleições sem submeter sua ficha a escrutínio, surpreende também a leniência com que o coronel foi tratado por seus superiores.

Embora normas disciplinares do Exército proíbam manifestações políticas dos militares em redes sociais, não se tem notícia de que o regulamento tenha sido aplicado a Sant’Anna —nem mesmo após a revelação de suas postagens pelo site Metrópoles, na última sexta (5).

Na tarde do mesmo dia em que afastou Sant’Anna, Fachin rejeitou pedido esdrúxulo apresentado por ele e outro representante das Forças Armadas em busca de informações das eleições de 2014 e 2018.

Na resposta aos militares, o tribunal informou que o prazo para tais solicitações expirou há anos e alguns dos arquivos requisitados já estão até disponíveis no site do TSE.

Os constrangimentos colocam em xeque a credibilidade dos militares e expõem seu despreparo para a missão que tentam desempenhar desde que o tribunal os convidou a participar da fiscalização do pleito.

Há uma semana, o ministro da Defesa chegou a enviar um ofício em caráter "urgentíssimo" para pedir dados que estão há meses disponíveis. Questionamentos no início do ano basearam-se em erros de cálculo e suposições equivocadas.

Em sua campanha para desacreditar as urnas e tumultuar o ambiente político, Jair Bolsonaro (PL) sugere que só respeitará o resultado das eleições se as Forças Armadas atestarem a lisura do processo.

Lamentavelmente, tudo que os militares fizeram até aqui foi dar corda às patranhas do mandatário, sem exibir um fiapo de prova de que exista algo errado nas urnas. O desgaste da imagem das Forças Armadas mostra que a associação com os provocadores custará caro.

editoriais@grupofolha.com.br

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