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Às urnas, cidadãos

Atacado como nunca na democracia, sistema eleitoral expressará soberania popular

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Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) - Bruno Santos e Antonio Molina/Folhapress

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Pela primeira vez na Nova República, um candidato à reeleição presidencial chega em desvantagem ao primeiro turno. Com 36% das intenções de votos válidos no Datafolha, Jair Bolsonaro (PL) arrisca-se a ser derrotado já neste domingo (2), caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 50%, conquiste a maioria dos escrutínios.

No plano mais curto da história, entretanto, esse quadro não surpreende. Apesar da evidente melhora observada na economia, 44% consideram ruim ou péssima a administração federal.

Ruim e péssimo são qualificadores apropriados do desempenho do presidente, seja nas tarefas gerenciais, seja na sua relação com a institucionalidade democrática.

Nesse ponto há outra novidade histórica, nada inspiradora: sob a Carta de 1988 jamais um chefe de Estado havia ousado patrocinar ataques contra Poderes independentes e o próprio sistema eleitoral. Bolsonaro passou os últimos três anos e nove meses nessa ofensiva.

Escolhida como alvo da artilharia populista, a urna eletrônica manteve intacta a sua confiabilidade. O festival de ignorâncias proferidas a seu respeito não logrou levantar uma mísera prova de fraude. Soçobrou a manobra no Congresso para retroceder ao voto impresso.

O que aconteceu com a máquina de votação passou-se também com o aparato institucional desenhado para resistir ao autoritarismo. Desafiado de maneira inédita, demonstrou a sua inexpugnabilidade e devolveu o especulador da desordem ao seu devido lugar.

O Supremo Tribunal Federal não se curvou à saraivada que partiu do Palácio do Planalto. Impôs as regras do jogo, puniu celerados do golpismo e preservou o equilíbrio constitucional mesmo quando o presidente da Câmara e o procurador-geral da República se esquivaram de seu dever fiscalizador.

Da mesma forma agiu a Justiça Eleitoral. A tentativa de sabotagem conduzida por militares, convidados de boa-fé a opinar sobre a higidez do sistema de votação e apuração, foi energicamente barrada, restando claros o desvio de finalidade e a improbidade administrativa de qualquer interferência das Forças Armadas no processo.

A prova exuberante da resistência e do enraizamento da democracia brasileira é a manutenção, inabalável, do ritual cívico que se repete neste domingo (2). Mais de 156 milhões de cidadãos habilitam-se a escolher livremente seus candidatos ao Legislativo e ao Executivo nas esferas estadual e federal.

Como o sol aparece todas as manhãs no leste, as escolhas da soberania popular serão apuradas com eficiência e respeitadas, e os eleitos tomarão posse e exercerão seus mandatos nos limites da lei. Vida longa à democracia brasileira.

editoriais@grupofolha.com.br

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