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O que a Folha pensa AIDS

Estigma persistente

Além do preconceito, desigualdades prejudicam metas de combate ao HIV no Brasil

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Paciente realiza teste rápido de HIV, em Florianópolis (SC) - Lalo de Almeida/Folhapress

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Relatório da Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), lançado na última quinta (13), expõe gargalos e desigualdades na forma com que o Brasil enfrenta a epidemia. Dos 3 objetivos estabelecidos pela agência internacional, o país cumpre apenas 1.

Pretende-se alcançar índice de ao menos 95% em três indicadores: soropositivos diagnosticadas, em tratamento e que tenham a carga viral suprimida. Atingimos apenas a terceira meta, em grande parte dada a eficácia dos medicamentos.

Não mais que 88% dos prováveis 990 mil brasileiros vivendo com HIV foram diagnosticados. Nesse grupo, 83% estão em tratamento. Estigma e disparidades de renda ajudam a explicar os dados.

Para aumentar a testagem, é fundamental integrar o acesso à saúde sexual e reprodutiva a outras políticas, como de moradia e assistência social, e à rotina dos demais serviços de saúde aos quais a população tem acesso —atualmente, por exemplo, o Ministério da Saúde pretende eliminar a transmissão vertical, de mãe para filho.

Deve-se, ademais, apostar em ensino para desmistificar percepções equivocadas. É preciso esclarecer que nem todas as pessoas que têm o vírus HIV desenvolvem a doença da imunodeficiência, Aids.

Deve-se considerar em especial a orientação de jovens entre 15 e 24 anos, faixa etária onde há mais novas infecções no país.

Visões obscurantistas sobre a educação sexual —que, diferentemente do que prega certo discurso moralista tacanho, pode ser adaptada para cada idade e é baseada em evidências científicas— inibem esforços de prevenção.

Estudo de 2021 da Unaids, com 1.784 pessoas vivendo com HIV, mostra que 64% delas já sofreram discriminação entre familiares, vizinhos, amigos e no trabalho.

Desigualdades de diversos tipos afetam o acesso a diagnóstico e tratamento. Pesquisas indicam que pessoas trans são discriminadas em serviços de saúde no país. A Aids aumentou entre negros, enquanto diminuiu entre brancos.

Persistem, não apenas no Brasil, estigmas inaceitáveis em torno da doença e dos portadores do vírus —que, quatro décadas e muitos avanços medicinais depois, ainda mata mais do que deveria.

editoriais@grupofolha.com.br

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