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Chocolate Surpresa é o doce de que leitores da Folha mais sentem falta

Conheça guloseimas que se transformaram em memória afetiva para o leitorado

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São Paulo

A Folha perguntou quais os doces que mais marcaram a infância de seus leitores. As respostas abrangeram guloseimas caseiras e chocolates de marcas conhecidas. Para a grande maioria, o inesquecível sabor que cada uma delas traz foi somado ao gosto da saudade.

A inspiração foi uma reportagem publicada dias antes pelo jornal que dizia como a memória afetiva pode explicar por que o gosto do chocolate e do salgadinho era melhor na infância.

"Maria mole era um dos mistérios na minha infância, parecia gelatina, mas não brilhava e nem tremia. Era uma parenta do suspiro, aerada como algodão doce, que se derretia como bala delícia e depois ainda tinha um 'croc' do coco ralado para dizer que de mole não tinha nada". É assim que a professora universitária Fabiana de Menezes Soares, 53, de Belo Horizonte (MG), descreve os doces que sua avó fazia, apelidados por ela de "gosto em forma de carinho".

O jornalista Dário Régoli Júnior, 55, de Atibaia (SP), além da maria mole, também mencionou a gelatina de duas cores que, nos anos 1970, custavam exatamente o mesmo valor do troco do dinheiro que recebia da sua avó para comprar leite e pão, durante suas férias escolares.

"Demorava uma eternidade para escolher, porque o dinheiro do troco era suficiente para apenas um doce e, invariavelmente, acabava escolhendo ou a maria mole, coberta por um indefectível coco ralado, ou a gelatina, feita sabe-se lá de quê e envolta em um açúcar cristal que causava cáries só de olhar. Saudade", complementa.

Tradicional maria-mole, apelidada carinhosamente, por leitora da Folha, como guloseima de 'gosto em forma de carinho' - Ariane Cantador/Adobe Stock

Quase 25% dos leitores que responderam ao formulário mencionaram o Chocolate Surpresa, fórmula ao leite da Nestlé com a figura em alto relevo estampada no doce e que vinha com cards educativos colecionáveis.

"Posso até sentir o cheirinho de pão francês do pequeno mercado de bairro em que meu avô comprou para mim uma barra com figurinha do espaço sideral. Eu tinha cinco anos. Hoje tenho 30, mas me sinto o mesmo menino daqueles tempos", diz o advogado Pedro Altair, de São Paulo (SP).

"Tinha um gosto de imaginação para uma criança que deveria ter seus sete, oito, nove anos de idade'', lembra o servidor público Luís Filipe Trois Bueno, 44, de Florianópolis (SP).

Chocolate Supresa, da linha de fórmulas ao leite da Nestlé, foi dito, por cerca de 25% dos leitores da Folha, como um dos doces que mais marcou a infância. - Reprodução

Para a empresária Ana Marques, 67, de Jundiaí (SP), o sabor dos pequenos cones de açúcar vendidos de porta em porta ficou preso no cérebro e na boca. "Era fonte de renda para alguma pessoa carente e alegria para muitas crianças. É uma lembrança reconfortante. Nada vinha de fábrica, tudo era feito nas casas de pessoas talentosas".

O doce de amendoim em formato de cubo, Dadinho, era o que a secretária Rosana Salvador, 52, de Osasco (SP), esperava o dia inteiro, quando pequena, que seu pai metalúrgico trouxesse para ela na volta do trabalho. "Como é gostoso ser lembrada e principalmente ser presenteada com um doce", diz. Ela sente que o doce ainda produzido atualmente não é tão saboroso como antes.

Dadinho, o doce de base de amendoim e em formato cúbico, hoje é uma forte memória afetiva da infância para a secretária Rosana Salvador, de Osasco (SP) - Divulgação

Há quem associe a satisfação que era comer seu doce preferido da infância aos momentos que vivera antes da fase adulta. É o caso da engenheira curitibana Cristina Braga, de 60 anos. Ela conta que o chocolate Choco Soy Break desperta uma "lembrança persistente" do seu primeiro ano de faculdade, quando ela se divertia com os colegas nos intervalos das aulas. Hoje, ela se questiona se a falta que sente do doce na verdade significa a falta dos amigos daquela época.

Até mesmo aqueles doces não considerados tão deliciosos assim trazem memórias afetivas a alguns dos leitores. As conhecidas sombrinhas de chocolate, mesmo que com "gosto de parafina", segundo Roberto Ligeiro, 42, deixaram saudade ao engenheiro de software, que hoje reside em Washington, nos Estados Unidos.​

O pequeno guarda-chuva de chocolate, mesmo que não seja considerado o doce mais saboroso da infância, por alguns brasileiros, também deixou saudades - Adobe Stock

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