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PF tem indício de que Guedes foi alvo de grupo hacker suspeito de atacar Moro

Pasta de arquivos com nome do ministro da Economia foi encontrada em equipamentos apreendidos

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Brasília

A Polícia Federal identificou indício de que o mesmo grupo suspeito de hackear autoridades, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro, também teve como alvo o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em uma apresentação das linhas gerais do caso à imprensa nesta quarta-feira (24), o diretor Instituto Nacional de Criminalística, o perito criminal Luiz Spricigo Jr., disse que nos equipamentos apreendidos durante a Operação Spoofing foi encontrada uma pasta de arquivos virtuais com o nome do ministro.

"Ontem pela manhã [23] foi divulgado que o ministro Guedes havia sido 'hackeado' e numa apreensão estava uma conta no aplicativo de mensagens vinculada ao nome de Paulo Guedes”, disse Spricigo.

Ele afirmou que a investigação precisa ainda avançar sobre esse ponto, mas “é um forte indicativo".

Foram presos nesta terça-feira, na Operação Spoofing, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto.

A PF estima que cerca de mil números telefônicos foram alvo dos quatro suspeitos presos.

O coordenador-geral de Inteligência da PF, João Vianey Xavier Filho, afirmou que há a possibilidade de que haja “um número muito grande de vítimas desse mesmo tipo de ataque". Apesar de calcular a quantidade de números telefônicos que teriam sido atacados, Vianey não detalhou quantas pessoas poderiam ter sido afetadas no total.

Vianey disse também que o perfil dos presos está "relacionado a estelionato bancário eletrônico". "[Eles] estão de alguma forma ou outra vinculadas a fraudes bancárias eletrônicas, em diferentes graus", concluiu.

O inquérito em curso foi aberto em Brasília para apurar, inicialmente, o ataque a aparelhos de Moro, do juiz federal Abel Gomes, relator da Lava Jato no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), do juiz federal no Rio Flávio Lucas e dos delegados da PF em São Paulo Rafael Fernandes e Flávio Reis.

Segundo investigadores, a apuração mostrou que o celular do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, também foi alvo do grupo. O caso dessas autoridades está sendo tratado em inquérito aberto pela Polícia Federal no Paraná.

A operação deflagrada nesta terça-feira foi batizada de Spoofing, termo que, segundo a PF, designa "um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é".

Folha apurou que a PF chegou aos suspeitos por meio da perícia criminal federal, que conseguiu rastrear os sinais do ataque aos telefones. Para investigadores, o grau de capacidade técnica dos hackers não era alto.

A investigação, segundo a reportagem apurou, ainda não conseguiu estabelecer com exatidão se o grupo investigado em São Paulo tem ligação com o pacote de mensagens privadas dos procuradores da Lava Jato obtido pelo site The Intercept Brasil.

Uma possível relação entre os dois assuntos não foi confirmada oficialmente pela PF. Segundo o órgão, "as investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados".

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