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Descrição de chapéu STF TSE

Gilmar defende Moraes sobre TSE mas diz não ter juízo sobre forma de pedidos de relatórios

Decano do STF voltou a dizer não ver irregularidades e que documentos produzidos foram incluídos nos processos

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O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), voltou a defender Alexandre de Moraes depois de a Folha revelar que ele usou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de maneira informal para investigar bolsonaristas no Supremo.

O decano da corte foi entrevistado pelo Canal Livre, da Band, no último domingo (18). Na ocasião, o ministro defendeu que os relatórios demandados e produzidos foram incluídos nos autos dos processos.

"Os documentos eventualmente pedidos e que se traduziram nesses relatórios foram acostados aos autos dos inquéritos respectivos. Como as pessoas pedem ou se dirigem não vou aqui emitir juízo sobre isso", disse.

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Gilmar Mendes foi questionado sobre a possibilidade de os diálogos revelados pela Folha indicarem conversas impróprias e se os relatórios decorrentes dessas conversas não apontariam, consequentemente, para erros.

O ministro voltou a dizer não ver irregularidades. Disse, também, que o modelo da Justiça Eleitoral, concebida de forma híbrida, fez com que Moraes estivesse na Presidência do TSE ao mesmo tempo em que é o relator de inquéritos como o das fake news e o das milícia digitais.

"De que se tratava? De pessoas investigadas no inquérito das fake news e que estavam eventualmente reiterando ataques na dark web ou no sistema de internet. Tudo material público. Portanto, não há aqui nenhuma irregularidade. Agora, qual é a performance no trabalho, como eles tratam a nós mesmos, 'ah, o ministro estava irritado…' não posso fazer juízo sobre isso", disse.

O decano também afirmou que importa considerar o contexto em que o inquérito foi aberto, em março de 2019, e o das eleições de 2022.

"Tivemos um caso em que se falava em matar ministro do Supremo em Congonhas. Como se investiga isso? Se investiga olhando para essas pessoas. Eventualmente quebrando o sigilo. Eram pessoas mandando mensagens e pacotes para a casa do ministro ou para o escritório da esposa de Alexandre. Era esse o contexto das investigações. E é preciso olhar isso", afirmou.

Diálogos aos quais a reportagem teve acesso mostram como o setor de combate à desinformação do TSE, presidido à época por Moraes, foi usado como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo.

As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.

Na primeira sessão do plenário do STF depois das revelações, o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, fez um desagravo em favor do colega. Além dele, se manifestaram a favor de Moraes o decano do STF, ministro Gilmar Mendes, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

"A condução das investigações por parte do ministro Alexandre tem sido pautada pela legalidade, pelo respeito aos direitos e garantias individuais e pelo compromisso inegociável com a verdade", afirmou Gilmar durante a sessão.

O ministro Gilmar Mendes, em sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a presidência do ministro Luís Roberto Barroso - Pedro Ladeira/Pedro Ladeira - 8.ago.2024 /Folhapress

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