O trânsito da cidade de São Paulo já matou 26 ciclistas entre janeiro e setembro de 2023, um crescimento de 8,33% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Dados do Infosiga, sistema de monitoramento de sinistros de trânsito do governo estadual, indicam que os meses de agosto e setembro deste ano foram os mais letais, com 10 mortes no período.
Levantamento feito pelo Instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana, que reuniu dados do Infosiga com dados da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), mostra que 332 ciclistas foram mortos pelo trânsito da cidade de São Paulo em quase 10 anos.
"Este número significa que ciclistas são invisibilizados. Nenhuma morte no trânsito é aceitável, mas no caso de pessoas que estão se deslocando em meio de transporte não poluente, de forma autônoma, que faz bem para a cidade, é ainda mais cruel. Significa também que está na hora do poder municipal entender a importância da mobilidade ativa no sistema de transporte", disse a pesquisadora Glaucia Pereira, diretora do instituto.
Ação no Congresso Nacional
Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2789/2023, que busca reduzir as mortes de trânsito com a diminuição da velocidade máxima permitida em vias urbanas de todo o país para 50 km/h, como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Nas vias coletoras, onde a velocidade máxima é de 40 km/h, e nas locais, onde a velocidade máxima é de 30 km/h, o limite não será alterado.
O texto também prevê regulamentar a fiscalização por velocidade média dos veículos, o que previnira a prática de aceleração nos trechos onde não existem radares.
Além dos esforços parlamentares (o projeto tem autoria de 12 deputados de vários partidos e regiões), há uma petição online (clique aqui) criada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária para pressionar a aprovação da medida.
Manifestação
Está marcada para sábado (11), às 11h, na avenida Paulo 6º (zona oeste de São Paulo), uma pedalada em memória à socióloga Marina Harkot, atropelada e morta enquanto pedalava há três anos, em 8 de novembro de 2020. O motorista, José Maria da Costa Júnior, acusado de estar bêbado, dirigir em alta velocidade e de fugir sem prestar socorro, vai a júri popular em junho de 2024. Até lá ele segue em liberdade.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.