Cozinha Bruta

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5 dicas de cozinha para pessoas solteiras

Hábitos de compras e preparação de comida de uma casa cheia não funcionam para o cozinheiro que mora sozinho

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São Paulo

Na comédia "Rapaz Solitário" (1984), Steve Martin entra sozinho num restaurante metido e o maître lhe pergunta: "Mesa para quantos?"

Ao responder que o grupo era apenas ele, todas as conversas cessam e um canhão de luz acompanha o cliente avulso até a mesa.

O filme tem quase 40 anos e, ainda bem, já não causa espécie frequentar restaurantes desacompanhado. Mas não dá para ir a restaurantes o tempo todo, né?

Homem de avental e boné prepara bolo na batedeira
Quem mora sozinho pode e deve se arriscar na cozinha para fazer a própria comida - Gabriel Cabral/Folhapress

Não sei de vocês... meu orçamento exige que quase todas as refeições sejam preparadas por mim mesmo, com coisas que eu adquiro no mercado. Passei quase toda a vida adulta casado, e a recente solteirice me obrigou a adaptar hábitos antigos de compras e de cozinha.

Escrevo este post porque, nesta manhã de terça-feira (15), recebi alguns e-mails falando de um certo dia do solteiro que se celebra hoje. Uma bobagem, decerto, mas um mote para eu compartilhar coisas que aprendi em quatro anos morando sozinho (nos dias em que o filho fica com a mãe).

Compre sabiamente

Sabe aquele meio mamão que o mercado vende? Sim, é algo aparentemente estúpido, mas pode ser a porção certa para quem mora só e não é obcecado por mamão.

Na compra de hortifruti e outros alimentos perecíveis, nem sempre o menor preço por quilo é o mais vantajoso para a pessoa solteira. Porque ela pode comprar um ramo enorme de brócolis, usar um pouquinho e deixar todo o resto para apodrecer na gaveta da geladeira.

Aliás, essa é a tragédia mais comum no estoque alimentar dos solteiros. Melhor pagar 10 em algo que vai ser totalmente consumido do que 15 numa porção três vezes maior, mas que irá quase toda para o lixo.

E é preciso ter cautela com as promoções. Levar toneladas de comida para casa só porque tem desconto é o caminho mais curto para o desperdício.

Tenha uma balança

Balanças culinárias são baratíssimas e muito úteis para que a gente meça exatamente a porção que vai comer.

Macarrão, por exemplo. Se você come 100 gramas, pesa 100 gramas na balança e não fica com meio prato de macarrão ocupando espaço na geladeira até estragar.

Gestão de sobras

Essa é, possivelmente, a parte mais difícil. A pessoa solteira que cozinha sabe que algumas receitas são difíceis de se fazer em porção individual.

Aí o jeito é ter um arsenal de potes e espaço de geladeira e freezer para guardar a comida excedente. Melhor que esses potes estejam identificados e datados.

Tão importante quanto armazenar as sobras é lembrar-se de comê-las antes de o congelador ficar abarrotado.

Ceder aos atalhos não é pecado

Cozinhar para si mesmo pode ser prazeroso –eu adoro–, mas é inviável preparar absolutamente tudo de todas as refeições a partir do zero.

Não tem mal nenhum em comprar feijão cozido no restaurante, frango assado na padaria e aquela farofa pronta que, convenhamos, não é tão gostosa quanto a sua.

Miojo? Cada um, cada um. Eu mantenho um pacote fechado para o caso de apocalipse zumbi.

Force a criatividade

Essa parte é complicada porque, sem ter ninguém para dar satisfações, tendemos a repetir indefinidamente nossas receitas favoritas.

No começo é o paraíso, depois você descobre que enjoou daquilo que mais gostava. É uma coisa triste.

Por isso, forçar-se a testar receitas novas ajuda muito a perseverar na missão de fazer a própria comida.

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