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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
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Reserva de emergência não é reserva de liquidez; veja como investir

Você pode potencializar os retornos de sua reserva de emergência segregando a parcela de liquidez

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Você, provavelmente, já ouviu que deveria ter pelo menos seis meses de seu custo mensal investidos como reserva de emergência. Essa regra geral não está de todo errada para a maioria das pessoas. O erro está em confundir emergência com liquidez.

Você pode potencializar os retornos de sua reserva de emergência segregando a parcela de liquidez. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK502 - REUTERS

Quantas vezes você já viu alguém usar seis meses de custo mensal em um único dia?

Eu já vi várias vezes.

Entretanto, em todas elas, a utilização não era algo emergencial. Para o desespero dos planejadores financeiros, todas foram a simples satisfação de um desejo. Por exemplo, a compra de um carro, uma viagem, entrada em um imóvel ou qualquer outra aquisição por impulso.

Costumo usar uma frase que os amigos, frequentemente, brincam: "vontade é aquilo que dá e passa".

Sempre que falo isso alguém pergunta: "mas e se não passar?". A resposta é simples: "você não esperou o suficiente. Tenha paciência e vai passar".

Nunca vi uma emergência em que o indivíduo precisasse usar seis meses de salário em um único dia. Você talvez diga: "mas pode ocorrer".

Vamos fazer uma conta. Considere que seu custo mensal seja de R$ 5 mil. Seis meses de seu custo mensal representam R$ 30 mil. Que tipo de emergência faria você precisar desta quantia em um único dia?

Você pode argumentar que pode surgir uma oportunidade. Não se iluda. Elas não surgem para quem não está procurando. E se você está procurando, então isso já deixou de ser reserva de emergência. Passou a ser planejamento para algum tipo de negócio.

A finalidade da reserva de emergência é servir como fonte de receita em períodos de transição de emprego. Quando de forma inesperada você perde seu trabalho. Pode ser também para casos de emergência de saúde ou algum tipo de acidente.

Nestes casos, dificilmente, você usaria tudo o que gasta de aluguel, alimentação, transporte e todas as despesas de um mês inteiro em um único dia.

Sua reserva de liquidez, pode ser de um a dois meses de custo mensal. Esta parcela deve ser investida em produtos de renda fixa de alta liquidez como CDBs, LCIs, LCAs ou fundos de renda fixa de liquidez diária.

Por serem de liquidez diária, terão rentabilidade mais próxima do CDI, ou seja, de 13% ao ano nos próximos doze meses.

Para o restante dos recursos da reserva de emergência, você deve investir em renda fixa. Entretanto, não precisa ter liquidez diária. Pode ter prazos escalonados, ou seja, espaçados no tempo.

Por exemplo, você pode investir em fundos de renda fixa de prazo de resgate de 30, 60 ou 90 dias. Assim, já elevaria a rentabilidade para 110% do CDI ou mais.

Você também pode dividir em LCIs, LCAs e CDBs de prazos de três a seis meses. Estes também devem render mais que o CDI.

Este retorno adicional faz bastante diferença na composição dos juros e vai te ajudar na criação de poupança para aposentadoria.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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