Você se lembra de como era viajar de avião ou ter telefone há 30 anos? Produtos e serviços evoluem com o tempo ou são substituídos. O mesmo ocorre na área financeira. Muitos guardam a imagem de como eram os planos de previdência e carregam a imagem negativa até hoje. Explico como eles evoluíram nos últimos cinco anos e porque você deveria considerar este veículo em sua carteira de investimentos.

Lembro que viajar de avião era muito caro, desconfortável e elitizado. Na telefonia era ainda pior.

Linha telefônica era um bem que se incluía na declaração de Imposto de Renda e era disputada nos classificados de jornais. Na república em que eu morava na época da faculdade, nem todos queriam contribuir com o aluguel da linha telefônica, pois não só o aluguel era caro, mas também as ligações.

Não preciso explicar como estes serviços evoluíram, pois você já os usa hoje e sabe como tudo mudou.

Agora, imagine uma pessoa que viajou de avião pela última vez há 30 anos e parou de usar telefone no mesmo período. Qual imagem você acha que ela deve ter destes serviços? Qual seria a provável recomendação que ela daria sobre eles?

Da mesma forma, várias pessoas ainda têm a imagem negativa sobre produtos de previdência, pois a imagem que elas guardam é a do produto que há mais de uma década elas aplicaram, mas deixaram de aplicar, pois não eram adequados.

Outros, ainda possuem um produto de previdência ultrapassado e, por isso carregam a mesma antiga opinião, pois ainda não sentiram a evolução. Estes são quase como o caso de minha avó que possivelmente tinha suas linhas telefônicas na declaração de IR e o mesmo telefone de discar até pouco tempo atrás.

Para estes últimos, existe o medo da mudança. Vários não mudam, pois são assombrados por gerentes que justificam que a alteração provocaria perda de benefícios. Na maioria das vezes, como já expliquei anteriormente, o benefício que se argumenta perder para evitar a saída é similar a areia no deserto, ou seja, não vale nada.

Atualmente, se você vir alguém falando mal de previdência privada, pode ter certeza, esta pessoa não está ciente da evolução.

Os produtos de previdência privada evoluíram bastante nos últimos cinco anos.

Primeiro, as taxas cobradas caíram significativamente. Algumas foram até extintas. Por exemplo, talvez você se lembre do que era chamado de taxa de carregamento. Ainda há produtos antigos que cobram 9% de taxa de carregamento. De forma inacreditável, muitos ainda carregam essa "carroça" em seus portfólios e não sabem que os novos produtos não possuem essa cobrança.

Também houve significativas mudanças regulatórias que flexibilizaram a forma de atuação dos produtos e dos gestores. Isso permitiu que renomados gestores pudessem replicar em planos de previdência suas estratégias já aplicadas nos fundos.

Hoje, a previdência privada é um veículo que você pode diversificar nas estratégias de renda fixa, de multimercados, de ações e internacional.

Existem cinco grandes vantagens dos produtos de previdência: menor imposto de renda, ausência de come cotas, postergação do IR em troca de estratégias, facilidade e menor custo no processo de transmissão de recursos para herdeiros.

Com isso, os produtos de previdência se tornaram uma estratégia fundamental para o investidor de longo prazo e para aquele que pensa em sucessão patrimonial.

Considerando a evolução e estas vantagens, a inclusão deste veículo de investimento é essencial em um planejamento de investimento de longo prazo.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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