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Para além dos bigodes, miados e ronronados =^.^=

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Dia Mundial do Gato: veja cinco benefícios de ter um felino

Felinos ajudam a combater o estresse e nos ensinam amor incondicional

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São Paulo

O tempo gasto com gatos nunca é tempo perdido, diz uma citação atribuída a Sigmund Freud (1856-1939). Mesmo que a frase não seja verdadeiramente de autoria do pai da psicanálise, ela exemplifica bem o que é viver com um felino.

Na maior parte do tempo, os bichanos são animais calmos e silenciosos. Ou seja, excelentes companhias para assistir a uma série, ler um livro ou mesmo tirar um cochilo.

Mas quando estão com um humor mais energético, as brincadeiras e corridas repentinas pela casa são capazes de tirar um sorriso mesmo do tutor mesmo depois de um dia difícil.

"Ter um gato também auxilia na redução da ansiedade e no senso de responsabilidade para cuidar de outra vida, que são fatores essenciais para uma boa saúde mental", afirma Nathalie Amorim Fernandes, bióloga pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), mestre em ciências pela USP (Universidade de São) e pós-graduada em comportamento animal pelo Inspa (Instituto de Saúde e Psicologia Animal).

Para celebrar o Dia Mundial do Gato, comemorado neste 17 de fevereiro, pedimos para a especialista elencar cinco benefícios de viver com um felino.

O ronrom do gato é terapêutico
O ronronar é um ruído contínuo produzidos pelos gatos, proveniente da contração e dilatação do glote, estrutura que fica na laringe.

Mas o ronrom é um mecanismo ainda não compreendido totalmente pela ciência, explica Nathalie.

"Sabe-se que, muito provavelmente, o ronronar não acontece de forma consciente e é resultado de certas estimulações emocionais, sejam elas positivas ou não", diz.

A especialista conta que o ruído pode ser provocado por felicidade, conforto e amor, que são as causas mais comuns do ruído. "A maior parte das vezes que um gato ronrona, significa que ele está muito feliz, principalmente se for durante um carinho ou momento de relaxamento."

No entanto, também pode ser solicitação por comida —quando bebês, os gatos podem ronronar para serem amamentados pela mãe, e esse comportamento pode ser levado para a idade adulta— ou gerado por estresse, medo e dor.

"Muitos gatos podem ronronar em situações negativas, por isso é importante ficar atento aos momentos em que isso acontece, observando o contexto e a linguagem corporal. Nem sempre um gato recém-resgatado, com ferimentos graves, por exemplo, está ronronando de felicidade pelo resgate, e sim
por dor", observa Nathalie.

A frequência do ronronar geralmente fica entre 25 e 140 hertz, o que nos permite supor que o ronronar pode auxiliar o gatinho na recuperação e cicatrização de lesões.

O ronrom também pode trazer benefícios para humanos. De acordo com um estudo do veterinário francês Jean-Yves Gauchet, autor do livro "Ronronthérapie", o ronronar proporcionou maior bem-estar e relaxamento em 250 pessoas submetidas a uma gravação de 30 minutos do barulhinho do gato, o que com certeza é potencializado quando o animal está em contato direto com o humano.

Apesar disso, ressalta Nathalie, nem todos os gatos ronronam. "É um hábito que surge quando são bem filhotes, como uma forma de comunicação com a mãe, mas que nem todos levam para a vida adulta."

Gatos ajudam a combater a alergia
Um estudo realizado pelo pesquisador Bill Hesselmar, da Universidade de Gothenburg, na Suécia, concluiu
que quanto mais tempo crianças e recém-nascidos convivem com animais, maior será a proteção adquirida contra alergias.

No caso dos gatos, relata Nathalie, o contato com uma glicoproteína comumente presente na saliva dos felinos (Fel d 1), que pode ser fonte de alergia para algumas pessoas, fortalece o sistema imune e proporciona maior tolerância para crianças.

"Ainda temos outras consequências positivas, já que conviver com animais causa maior sensação de
bem-estar e redução do estresse, o que é essencial para um bom sistema imunológico e a consequente
redução do risco de outras doenças", afirma a bióloga.

Gatos fazem bem para a saúde mental
Em 2008, um estudo realizado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, com quase 4.500 voluntários, mostrou que ter um gato em casa reduz em até 30% o risco de ataque cardíaco por proporcionar redução do estresse e maior relaxamento.

"Ter um gato também auxilia na redução da ansiedade e no senso de responsabilidade para cuidar de outra vida, que são fatores essenciais para uma boa saúde mental", diz Nathalie.

Gatos nos ensinam o amor incondicional
"As pessoas tendem a confundir amor com posse, com controle. E o gato nos proporciona o contrário: amar sem controlar, respeitando a vontade e o tempo dele", pondera a especialista.

Os felinos também nos ensinam que um carinho só é positivo quando ambos estão aproveitando a interação. "O que é positivo só para um lado (humano) e negativo para o outro (gato), deixa de ser carinho e pode vir a ser fonte de estresse."

"Sobrecarregar o gato de carinho e abraços, quando não solicitado, pode causar estresse crônico e influenciar em outras questões, como xixi fora da caixa e até mesmo brigas entre outros animais da casa", destaca.

Gatos são animais práticos
Os gatos não precisam tomar banho em pet shops, nem sair para passear na rua. Por isso, são considerados animais mais práticos de ter em casa do que os cães.

Porém, a especialista alerta que os felinos também precisam de atenção e de consultas periódicas ao veterinário.

"Enquanto cães realmente precisam de cuidados como passear e tomar banho, os gatos precisam de outros cuidados, como brincadeiras diárias de caça e escovação dos pelos. As tarefas são diferentes, mas ambos os animais precisam de atenção e compromisso.

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