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Por que alguns gatos mudam de cor quando crescem?

Mutação genética é responsável pela alteração, explica bióloga

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São Paulo

Você já deve ter visto gatos que nascem clarinhos e, conforme vão crescendo, a pelagem vai ficando mais escura.

Essa mudança na tonalidade ocorre principalmente nas extremidades, como patas, orelhas, cauda e focinho, mas também pode ser notada no corpo todo.

Isso acontece devido a uma mutação no gene TYR, que codifica uma enzima chamada tirosinase, envolvida na produção de melanina, a proteína responsável pela cor.

No caso dos gatinhos, essa mutação faz com que a enzima se torne funcional e sensível apenas em temperaturas mais baixas. Por isso, as áreas mais frias do corpo, que geralmente são as extremidades, tornam-se mais escuras.

"No útero da mãe, a temperatura é sempre constante. Essa característica só é ativada depois que o gatinho nasce e passa a sofrer os efeitos da temperatura ambiente. Partes do corpo como focinho, orelhas, membros, patas e cauda vão ficando gradativamente mais escuras", explica Nathalie Amorim Fernandes, bióloga pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), mestre em ciências pela USP (Universidade de São) e pós-graduada em comportamento animal pelo Inspa (Instituto de Saúde e Psicologia Animal).

A bióloga ressalta que a mutação não altera a cor em si, apenas a profundidade e a intensidade. "O quanto o gatinho vai escurecer também é definido geneticamente, tendo um grau máximo para cada indivíduo,
dependendo da quantidade de melanina herdada dos pais", diz.

Pelagem colorpoint

A alteração de tonalidade pode ser vista principalmente em gatos de pelagem colorpoint, que são aqueles que têm as cores diferentes nas extremidades.

Essa coloração é característica de algumas raças, como siameses e burmeses e, claro, dos sialatas —aqueles gatos sem raça definida (SRD) que se parecem com os siameses.

"Na verdade, tanto os burmeses quanto siameses possuem um tipo de albinismo, mas são sensíveis à temperatura. Por isso ficam com as extremidades escuras. Inclusive, muitos gatos siameses têm uma condição que chamamos de nistagmo, que são movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, muitas vezes de forma sutil. Essa característica é encontrada em albinos completos", revela Nathalie.

No caso do burmês, a sensibilidade à temperatura é menor, o que faz com que eles tenham mais pigmento ao longo do corpo, com uma variação mais "esfumada", mesmo que as áreas mais frias continuem sendo mais escuras.

Já os siameses possuem diferenças de coloração nas áreas mais frias bem demarcadas, enquanto o corpo é bem mais claro. Isso porque essa mutação é quase inativa no restante do corpo, produzindo menos pigmentos, conta a especialista.

Embora a variação de cor seja maior na juventude, isso pode ocorrer durante a vida toda, conforme a mudança do tempo.

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