Após o governo Bolsonaro bloquear R$ 2,4 bilhões do orçamento do MEC (Ministério da Educação) —corte que impacta tanto a própria pasta quanto universidades e institutos federais de ensino — a hashtag "Bolsonaro Inimigo da Educação" entrou para os assuntos mais discutidos nas redes sociais.
O montante bloqueado equivale a 11,4% das despesas discricionárias do MEC, ou seja, não atinge gastos obrigatórios como pagamentos de salário. No entanto, tem impacto nos recursos de assistência e permanência estudantil nos institutos federais, como transporte, alimentação, acesso à internet, bolsas de estudo, entre outros.
À Folha, o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e a Andifes, associação de reitores das instituições federais, afirmaram que os cortes inviabilizam o funcionamento das instituições até o fim do ano e que a limitação orçamentária é "insustentável".
Nas redes, apoiadores do presidente afirmam que trata-se de uma "narrativa falsa" (expressão que se popularizou entre este segmento após a CPI da Covid-19). Para bolsonaristas, o corte das verbas discricionárias é uma tentativa do líder do Executivo de combater o chamado orçamento secreto.
A esse respeito, a deputada Bia Kicis (PL) compartilhou uma montagem em que chama a reportagem da Folha de "fake news" e traz postagem criticando Paulo Freire.
Por outro lado, organizações estudantis, políticos e opositores de Jair Bolsonaro (PL), além de páginas engajadas em assuntos políticos, como a Quebrando o Tabu, criticam o "desmonte" da Educação.
Além de engajar na hashtag "Bolsonaro Inimigo da Educação", alguns perfis também estão relembrando outros episódios no MEC, uma das mais importantes pastas do governo, que sob Bolsonaro já está no quinto ministro em pouco mais de 3,5 anos de mandato, além de ter se tornado palco de um suposto esquema de propina, cujo pivô é o ex-ministro Milton Ribeiro, como mostrou áudio revelado pela Folha.
Estudantes, professores e funcionários da UFBA (Universidade Federal da Bahia) organizaram manifestação contra estes cortes em Salvador. A União Nacional dos Estudantes está sendo criticada por alguns pela demora para marcar atos.
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