A figura careca e sisuda de Alexandre de Moraes se tornou popular entre opositores do governo Bolsonaro nos últimos anos, desde que o ministro do STF assumiu os inquéritos sobre fake news e atos antidemocráticos e virou alvo predileto de Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores. À frente do TSE, Moraes foi um dos principais personagens das eleições presidenciais.
A cada decisão do ministro na corte, surge uma enxurrada de memes nas redes que exaltam ou criticam sua atuação enérgica e controversa. Em seu histórico, Moraes já mandou bloquear o Telegram, ordenou a retirada de conteúdos em sites jornalísticos e redes sociais, enviou Roberto Jefferson (PTB) de volta para a prisão e ordenou o fim dos protestos golpistas após o 2º turno.
Se na listinha de insultos bolsonaristas — que enquadra o ministro como um algoz com poderes injustos — "Xandão" é o "cabeça de ovo", "terrorista de toga" e "bandido do STF", na visão de entusiastas o ministro é a personificação da lei e da ordem, o "Foucault Tupiniquim" ou o "Panóptico careca" — o próprio espírito da obra "Vigiar e Punir", título mais conhecido do intelectual francês Michel Foucault (veja texto que mostra elos entre Moraes, Foucault e Amin Khader).
Publicado pela primeira vez em 1975, o livro de Foucault analisa analisa como o Estado usa hospitais, prisões e escolas para exercer controle social –daí vem o panóptico do meme, ou poder por meio da vigilância total.
O ministro é tão aplicado ao seu ofício no TSE que foi vigiar pessoalmente uma seção de votação durante o segundo turno (Moraes na verdade estava na fila para votar).
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