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Comercial traz Elis Regina por meio de IA e é alvo de críticas

Campanha publicitária feita pela Volkswagen é questionada por internautas

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São Paulo (SP)

As cantoras Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, morta em 1982, aparecem juntas em uma campanha publicitária da Volkswagen feita por meio de Inteligência Artificial. Lançado nesta terça-feira (4), o comercial traz um clone de Elis que dirige um carro ao lado da filha enquanto, juntas, cantam a música "Como Nossos Pais" em tom nostálgico.

A campanha comemorativa promove um lote com 70 unidades da Kombi elétrica em razão das sete décadas da montadora no Brasil.

Enquanto alguns perfis no Twitter compartilham o material com comentários emocionados e apontam a emoção de Maria Rita ao assistir o vídeo, outros questionam a comoção. Os termos "Elis", "Volkswagen", "Belchior" e "Como Nossos Pais" estiveram entre os assuntos mais comentados na plataforma.

"Quem não se emocionou com essa publicidade de automóvel com artista morta de CGI já morreu por dentro", ironiza uma publicação na rede.

Entre outras críticas, está o uso de "Como nossos pais" na propaganda. Publicações apontam discrepância entre o tom da propaganda e o contexto ditatorial em que a canção foi composta pelo cantor Belchior, morto em 2017, além da própria experiência de Elis Regina, que chegou a ser presa pelo regime militar. João Marcelo Bôscoli, primogênito de Elis, aborda tais episódios no livro "Elis e eu: 11 anos, 6 meses e 19 dias com minha mãe", publicado em 2022.

Outros usuários apontam "esvaziamento" das interpretações da letra escrita por Belchior em 1976. "Não era sobre nostalgia, era sobre angústia, sobre o medo das coisas não mudarem", diz outro.

O direito à imagem da cantora, morta há mais de quatro décadas, também foi pautado. "Morto não é mais sujeito de direitos e obrigações. Como fica? Os parentes podem autorizar tudo? Um pornô da Elis, por exemplo? Estou exagerando para ficar simples de entender", questiona um perfil.

Apesar da discussão calorosa dividida, alguns usuários da rede se abstêm. "Meu entendimento sobre a situação do comercial com imagem da Elis Regina criada por inteligência artificial é a seguinte: sei lá, não sou advogado", diz um tuíte.

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