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Descrição de chapéu instagram Meta memes

Geração Z prioriza meio ambiente, política e memes, aponta estudo

Como preocupações para 2024, jovens destacam consumo sustentável, veganismo e flerte online

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São Paulo

"Fui entender o que estava rolando antes de me posicionar nas redes sociais", diz a vestibulanda Júlia Camargo, 17, sobre publicações pró-Palestina que vem compartilhando desde o início da Guerra Israel-Hamas: "Eu não podia não compartilhar nada."

A vontade de expressar opiniões nas redes sociais não é algo novo e até já virou piada no X, ex-Twitter. Mas é algo mais latente entre os nascidos na chamada Geração Z (aqui consideramos os nascidos após 2000), segundo a pesquisa "Vem na Trend 2024" feita pelo Instagram em parceria com a WGSN (Worth Global Style Network).

O estudo entrevistou jovens de 16 a 24 anos nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Brasil e Coreia do Sul e concluiu que, para metade dos entrevistados, fazer ativismo nas redes sociais tem o mesmo peso que votar em pleitos. O número dos consultados não foi divulgado.

Ilustração colorida mostra mulher deitada em símbolo de 'curtida' do Instagram
Catarina Pignato

A vontade de se manifestar politicamente também permeia outras esferas, como a do consumo. Segundo a pesquisa, a maior parte dos jovens embarcou (ou planeja embarcar) nas tendências de moda sustentável, apoio ao comércio local e busca se alimentar de forma a produzir o menor impacto possível para o meio ambiente, adotando dietas vegetarianas ou veganas.

"Eu nunca gostei do gosto da carne e, depois de entender o estrago que o hábito faz no ambiente, parei de vez", conta Pedro Vinicius Soares, 22, estudante de engenharia elétrica. "Como a Greta diz, ‘não tem planeta B’. As gerações anteriores não se importaram em preservar nada, então coube a nós fazer a maior parte das mudanças".

Pedro conta que parou de fazer compras online em lojas de "fast-fashion" e que prefere buscar seu próprio estilo a partir de referências dos anos 1990 da cultura hip-hop. A maior parte de seu guarda-roupa é composta por peças de brechó.

A preocupação também é compartilhada por Júlia, que diz ser fator importante na hora de escolher parceiros amorosos. "Se o cara é desligadão das questões sociais e ambientais, perde o ‘rizz’ [o charme]", conta, rindo.

Uma boa maneira de checar o posicionamento do ‘crush’ é compartilhar memes com alguma crítica social. Se a reação for positiva, é um bom sinal. Essa é uma característica bem brasileira; 42% dos entrevistados dizem levar em conta o interesse de outra pessoa por memes ao analisar se tem alguma conexão com ela. No mundo, são 30%.

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, estudo que é referência no comportamento digital na infância e na adolescência, o Instagram é a rede social mais usada por pessoas de 15 a 17 anos, somando 36% dos entrevistados. Em seguida estão o YouTube (29%) e o TikTok (27%). 99% dos entrevistados disse ter um perfil em pelo menos uma rede social.

E é no espaço virtual que ocorre a maior parte dos flertes. Segundo a pesquisa Vem na Trend 2024, as principais maneiras de interação entre interesses românticos no Instagram incluem curtir os stories, marcar alguém nos stories ou foto e adicionar alguém à sua lista de amigos próximos. Na hora de fazer contatos, 28% dos jovens compartilha perfis de Instagram antes de trocar números de telefone.

E os brasileiros são os mais propensos, entre os países da pesquisa, a responder ou reagir aos "stories do crush".

Os jovens estão, também, mais suscetíveis a investidas sexuais não desejadas. Na pesquisa TIC Kids Brasil Online, 26% dos entrevistados de 15 a 17 anos disseram já ter recebido mensagens de conteúdo sexual pela internet; desses, 24% se sentiram incomodados.

"É por isso que eu tenho o perfil trancado", explica Júlia. "Posto só nos ‘melhores amigos’ pra não correr risco de receber respostas indesejadas".

"As vezes pedir pra seguir já é o primeiro passo, já demonstra interesse", concorda Pedro.

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