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Atletas da Venezuela são pressionados nas redes sociais a se posicionar em meio a crise política

Nem mesmo os Jogos Olímpicos estão conseguindo unir o país após reeleição contestada de Maduro

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São Paulo

Em meio a tensão na Venezuela, as redes sociais têm sido usadas para que personalidades nacionais opinem sobre o cenário político do país. Apesar de alguns esportistas estarem se posicionando, os 33 atletas venezuelanos que estão nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 optaram por se omitir em seus perfis e estão recebendo críticas por meio de comentários.

Ouro em Tóquio-2020 no salto triplo pela Venezuela, Yulimar Rojas é criticada nas redes sociais
Ouro em Tóquio-2020 no salto triplo pela Venezuela, Yulimar Rojas é criticada nas redes sociais - ANDREJ ISAKOVIC/AFP

O principal nome que se destaca entre os posicionamentos é o de Deyna Castellanos, 25. Ela é a principal jogadora da seleção de futebol do país, que não se classificou para essa edição de Olimpíadas. Castellanos tem passagens por grandes clubes do cenário mundial, como Atlético de Madrid e Manchester City. Atualmente, atua pelo Bay FC, clube da NWSL (liga dos Estados Unidos).

Ela ficou conhecida mundialmente aos 18 anos, quando foi finalista do Prêmio Puskas de gol mais bonito da temporada. Com mais de 1,7 milhão de seguidores no Instagram e 280 mil no X (antigo Twitter), Castellanos publicou um texto em seu perfil em que pede por uma mudança política e paz ao seu país.

"A Venezuela quer uma mudança e ratificou isso através do voto. Espero que todas as entidades nacionais e internacionais pertinentes façam justiça à verdade. Também faço um apelo para que baixem as armas e deixem o povo venezuelano manifestar seu descontentamento em paz e em democracia", escreveu. "Sim, sou atleta, mas antes de tudo venezuelana."

No futebol masculino, jogadores da seleção publicaram mensagens nos stories pedindo paz e liberdade ao povo venezuelano. Alguns deles foram: Jon Aramburu (Real Sociedad), Alexander González (Emelec), Salomón Rondón (Pachuca), José Andrés Martínez (Philadelphia Union), Yordan Osorio (Parma) e Yangel Herrera (Girona). Além dos que defendem times do Campeonato Brasileiro: Yeferson Soteldo (Grêmio) e Jefferson Savarino (Botafogo).

O #Hashtag analisou o perfil do Instagram dos 33 atletas que estão representando o país nesses Jogos Olímpicos. Somente a atleta de luta livre Soleymi Caraballo mantém sua conta fechada. Entre esportistas com perfis públicos, nenhum se posicionou com uma publicação fixa (os stories desaparecem após 24h) nas redes sociais sobre o processo eleitoral da Venezuela na última semana.

No dia 28 de julho, o perfil oficial do Comitê Olímpico Venezuelano publicou nas redes sociais a imagem de atletas que puderam votar em Paris. Uma deles é Yulimar Rojas, atual medalhista de ouro no salto triplo. Apesar de estar na cidade olímpica, ela está se recuperando de lesão e não deve disputar.

A publicação foi apagada, mas a reação das redes sociais foi imediata. Por ter tido sua imagem publicada, Yulimar Rojas tem recebido inúmeras críticas nas suas últimas publicações no Instagram.

"Aceitar que permitissem que você votasse mesmo não sendo residente na França é virar as costas para muitos venezuelanos que te apoiaram e que hoje, assim como você, estão fora da Venezuela e queriam votar, mas esse direito nos foi ROUBADO. Nenhum venezuelano é mais do que ninguém. Ou é para todos ou não é para ninguém", escreveu uma seguidora de Yulimar Roja.

Mesmo após o perfil da delegação venezuelana ter removido publicações sobre as eleições, o ministro de Juventude e Esporte da ditadura de Nicolás Maduro, Mervin Maldonado, manteve-as em sua conta. Em uma delas, ele comemora o voto do halterofilista Julio Mayora, em Paris.

O meio-fundista José Maita, que disputa a prova de 800 metros, e as halterofilistas Katherin Echandia e Anyelin Venegas compartilharam nesta quinta-feira (1º) nos stories do Instagram um vídeo do criador de conteúdo Ernesto Fajardo. O influenciador digital pede para que o povo venezuelano se una e pare de criticar os atletas que estão representando o país nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

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