Este 2021 foi, a exemplo de 2020, um ano atípico no esporte, incluindo o futebol internacional. Efeito, novamente, da pandemia de coronavírus.
A Covid, doença causada por esse vírus, já matou mais de 5,4 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são quase 620 mil óbitos.
Nesse cenário, campeonatos mudaram seus calendários para dar conta de realizar todas as partidas, o Mundial de Clubes, geralmente realizado no fim de cada ano, ficou para fevereiro, e as Olimpíadas de Tóquio ocorreram um ano depois do previsto, assim como a Eurocopa.
Com o avanço da vacinação, torcedores puderam retornar, em maior ou em menor número, às arenas esportivas, seguindo protocolos sanitários.
Infelizmente, neste final de ano, países –Inglaterra e Alemanha entre eles– se depararam com novo crescimento de casos da Covid, sendo a variante ômicron uma grande preocupação, e partidas precisaram ser adiadas e estádios, fechados aos torcedores.
Grandes surpresas em relação aos ganhadores das principais competições? Não.
O Brasil ficou sem a Copa América, mesmo atuando em casa, ao perder para a Argentina no principal clássico sul-americano, em triunfo com gosto especial para Messi, porém faturou o bicampeonato olímpico, repetindo o que os argentinos fizeram em 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim).
Depois do desgosto no Maracanã, a seleção principal, comandada por Tite, não se abalou e obteve com tranquilidade a vaga para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.
São até aqui 13 os países classificados, de um total de 32, sendo que o sorteio da repescagem traçou um caminho no qual Itália e Portugal, se confirmarem o favoritismo no duelo inicial, se digladiarão por uma vaga –Cristiano Ronaldo pode não estar no Mundial.
Os italianos, que acabaram 2021 com o amargor de não obter a classificação direta para a Copa do Mundo, no meio do ano deixaram muito tristes os ingleses.
A Squadra Azzurra, ao derrotar nos pênaltis o English Team em Londres, em pleno Wembley, conquistou a Eurocopa multissede e evitou que a Inglaterra encerrasse o jejum de título relevante de sua seleção masculina que começou na Copa do Mundo de 1966 –cinco décadas atrás.
Jorginho, nascido no Brasil e dono de cidadania italiana, foi um dos destaques nesse título, o segundo do país na Eurocopa.
Antes, o volante ergueu a "Orelhuda", a taça da Champions League (Liga dos Campeões da Europa).
O Chelsea, na final inglesa do mais badalado interclubes do planeta, ganhou do Manchester City de Pep Guardiola por 1 a 0, gol do jovem alemão Kai Havertz, então com 21 anos.
Dois troféus de peso renderam a Jorginho o prêmio de melhor jogador da Europa na temporada, ofertado pela Uefa, porém a cobiçadíssima Bola de Ouro, dada pela revista France Football ao melhor do mundo, ficou, pela sétima vez, com ele... Messi.
O argentino, algo que se imaginava inimaginável, mudou de equipe neste ano. A contragosto, pois queria ficar, deixou depois de mais de 20 anos o Barcelona, que não se esforçou para negociar sua permanência, e desembarcou em Paris para se juntar a Neymar no PSG.
Neymar, ainda o melhor brasileiro em atividade, ainda o jogador mais caro da história –€ 222 milhões, só que se desvalorizou muito desde que fez, em 2017, o caminho percorrido agora por Messi–, teve boas atuações pela seleção, contudo não arrancou suspiros em seu clube. Terminou o ano em recuperação de lesão.
Caso ainda torça pelo Palmeiras –quando criança torcia–, Neymar teve uma enorme satisfação e um tremendo desgosto em 2021.
Não foi desta vez que o alviverde paulistano sagrou-se campeão mundial de clubes –há controvérsias sobre a validade como Mundial da Copa Rio de 1951–, já que naufragou na semifinal diante do Tigres, do México, e amargou a quarta colocação no Qatar.
Haverá, entretanto, nova oportunidade neste começo de novo ano, se a pandemia permitir a realização da edição nos Emirados Árabes.
Para ter essa chance, o Palmeiras, em empolgante decisão brasileira da Libertadores, bateu, sob o comando do treinador português Abel Ferreira (mantido para 2022), o poderoso Flamengo por 2 a 1.
Seu herói foi o "menino maluquinho" Deyverson, reserva que decidiu na prorrogação depois de falha clamorosa de Andreas Pereira.
Herói em tempos passados, em âmbito nacional, o tricampeão mundial (1958, 1962 e 1970) Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, demonstrou resistência heroica nesta reta final de 2021.
O maior ídolo do Santos andou mal de saúde (ainda anda) e esteve internado mais de uma vez para se tratar. Tem um tumor no cólon.
Felizmente o rei não se foi no ano seguinte ao da perda do segundo melhor camisa 10 que o futebol já viu –na opinião deste que aqui escreve–, Diego Armando Maradona.
Os alemães, entretanto, enlutaram-se em agosto devido ao falecimento de Gerd Müller, atacante fenomenal, ídolo do Bayern de Munique e campeão mundial em 1974 na Copa sediada pela Alemanha Ocidental.
Esse é um resumo de grandes acontecimentos deste ano no futebol internacional.
Certamente houve outros, porém a memória não permitiu lembrança imediata..., mas não me deixa terminar o post sem registrar o bicampeonato do Athletico-PR na Copa Sul-Americana, em outra final brasileira –o Bragantino foi vice.
Como é praxe desde 2015, deixo a você sugestões de leitura (ou releitura) de textos publicados, em 2021, por O Mundo É uma Bola.
A banalização da Copa do Mundo
Justiça permite a teen de 15 anos atuar na liga feminina dos EUA
O intrigante caso do email não recebido, ou não respondido
Óleo de bebê ajuda ponteiro a escapar de rivais na Inglaterra
Fã constrói estádio na montanha e o batiza de Leo Messi
Ex-jogador morre depois de quase 40 anos em estado de coma
Por que Klopp, técnico do Liverpool, não usa mais óculos?
Nos EUA, atleta do Japão cria coragem e se declara homem trans
Está na hora de o futebol acabar com a regra do impedimento
Jordânia quer provas de que goleira do seleção do Irã é mulher
Desejo-lhe um ótimo Réveillon e que 2022 (ano de Copa do Mundo!) seja de muita saúde e muitos gols (nos jogos e na vida!).
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