Cinco premiados na cerimônia conhecida como Bola de Ouro, realizada em Paris e organizada pela revista France Football, estarão, salvo imprevistos, na Copa do Mundo do Qatar, que começa no dia 20 de novembro.
São eles o francês Benzema, 34, do Real Madri, o polonês Lewandowski, 34, do Barcelona, o senegalês Mané, 30, do Bayern de Munique, o belga Courtois, 30, do Real Madrid, e o espanhol Gavi, 18, do Barcelona.
Eles ganharam, pela ordem, no evento no Théatre du Châtele, os prêmios de melhor do mundo (Bola de Ouro), de artilheiro (Troféu Gerd Müller), de ações comunitárias (Troféu Sócrates), de melhor goleiro (Troféu Yashin) e de melhor jogador jovem (Troféu Kopa), no período que vai de agosto de 2021 a julho de 2022.
E o que esperar de cada uma dessas celebridades no primeiro Mundial no Oriente Médio?
Dos homens de frente (Benzema, Lewandowski e Mané), obviamente, gols e mais gols.
Será que um deles tem condições de quebrar o recorde de tentos marcados em uma única Copa do Mundo?
Muito difícil. Essa marca pertence a Just Fontaine, que balançou as redes 13 vezes na Suécia, em 1958, em seis partidas.
Quem teoricamente tem mais chance de atingir o improvável feito é Benzema, compatriota de Fontaine (hoje com 89 anos), devido ao volume de jogo ofensivo da França, atual campeã mundial.
Aliás, o ganhador da Bola de Ouro deve chegar ao Qatar com tremenda fome de gols, já que não foi à Copa da Rússia, em 2018, por estar afastado da equipe devido a um processo na Justiça que envolvia a participação dele em caso de chantagem a Valbuena, colega de seleção.
Será, contudo, complicado para Benzema monopolizar as tentativas de arremate, já que terá ao seu lado no ataque outros dois artilheiros, Mbappé e Griezmann.
Na primeira fase, os rivais franceses serão Austrália, Dinamarca e Tunísia.
Lewandowski é o astro solitário da Polônia, seu capitão, seu maior goleador e a grande esperança da seleção de ultrapassar a fase de grupos.
O problema é a bola chegar até ele, já que os poloneses sofrem há tempos com a criação de jogadas.
Nesse cenário, o centroavante, que passou em branco na Copa de 2018, terá de ter um aproveitamento altíssimo nas finalizações.
Tentará ser bem-sucedido diante de Argentina, México e Arábia Saudita.
Como Lewandowski na Polônia, Mané é a grande estrela do Senegal e o jogador que mais gols fez pela sua seleção.
Diferentemente de Lewa e de Benzema, Mané não é um jogador com presença de área constante, atuando mais pela esquerda do ataque, com ginga e velocidade.
Para que os senegaleses –que sucumbiram junto com a Polônia na mesma chave na Copa russa– consigam sobreviver em seu grupo, Mané, que costuma fazer gols com frequência mas desperdiçar chances além do aceitável, terá de estar afiadíssimo e ser preciso nas conclusões.
Os adversários do Senegal são Holanda, Equador e o anfitrião Qatar.
Courtois, uma muralha de 2 metros de altura, é de péssima recordação para a seleção brasileira, já que fechou o gol na partida das quartas de final que eliminou o Brasil da Copa de 2018. Foram nove defesas –uma delas, em chute de Neymar, portentosa.
O goleiro, que se recupera de uma contusão nas costas que não deve ser ameaça à presença dele no Mundial, é um porto seguro para os Diabos Vermelhos.
Sua altura, aliada à envergadura, é um trunfo tremendo, e outras de suas qualidades são a frieza, o posicionamento e os reflexos, além da experiência em Mundiais –foram cinco jogos em 2014, no Brasil, e sete em 2018, na campanha que culminou no terceiro lugar.
Assim, Courtois, que nessas 12 atuações levou nove gols (ou menos de um por jogo), tem mais partidas em Copas que Benzema (5), Lewandowski (3) e Mané (3) juntos.
O arqueiro grandalhão, colega de Benzema no Real Madrid, tentará manter sua meta intacta no grupo em que a Bélgica rivalizará com Croácia, Marrocos e Canadá.
Por fim, Gavi (Pablo Martín Páez Gavira), que, com 18 anos (aparência de 13) e meio franzino (1,73 m, 70 kg), espera fazer sua estreia em uma Copa do Mundo.
Volante moderno, que marca e sai para o jogo, ele ficará na expectativa de ser escalado pelo técnico Luis Enrique.
Não há certeza sobre sua titularidade, porém o treinador já escalou a Espanha com a mesma formação do meio-campo do Barcelona: o tarimbado Busquets, 34, e as revelações Pedri, 19, e Gavi.
Caso Gavi consiga marcar um gol –na fase de grupos a Fúria encara Alemanha, Costa Rica e Japão–, será o terceiro mais jovem a fazê-lo em uma Copa, atrás de Pelé (17 anos e 239 dias na Suécia-1958) e do mexicano Manuel Rosas (18 anos e 93 dias no Uruguai-1930).
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