Saúde Mental

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Saúde Mental - Sílvia Haidar
Sílvia Haidar
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Como ajudar uma pessoa que está passando por uma crise de pânico

Por mais que seja difícil entender, episódio envolve sentimentos muito intensos e sensação de vulnerabilidade

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São Paulo

Ataques de pânico são episódios súbitos de medo e ansiedade. Mesmo sem haver um perigo iminente, a pessoa que passa por uma crise dessas enfrenta sintomas físicos, como taquicardia, falta de ar e tontura, e psicológicos, como medo de enlouquecer e de perder o controle.

Por mais que seja difícil para quem está ao lado entender a gravidade da situação, a pessoa que passa pela crise enfrenta sentimentos muito intensos e sensação de vulnerabilidade. Sendo assim, minimizar a situação só vai levar à sensação de incompreensão e, consequentemente, a mais ansiedade, medo e isolamento.

Apesar de o transtorno de pânico exigir tratamento adequado, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, uso de antidepressivos, não é preciso ser um profissional de saúde mental para oferecer apoio e um pouco de conforto durante uma crise.

Ilustração foi executada em técnica manual com caneta nanquim em acabamento simples com traços finos e rachuras. A ilustração, na horizontal, apresenta a imagem estilizada de um casal - ele, de costas, abraçando a mulher, ambos não aparecem os rostos e estão da cintura para cima. O fundo está entonado na cor amarela, com traços simples, tipo rabisco, que sugerem chuva ou neve sobre o casal
Às vezes, apenas sua presença calma e reconfortante é tudo o que a pessoa precisa - Ricardo Cammarota

A seguir, a neuropsicóloga Tammy Marchiori ensina algumas técnicas para amparar uma pessoa que enfrenta uma crise.

"Essas estratégias práticas podem ajudar a aliviar a intensidade da crise de pânico e proporcionar conforto imediato. Se a pessoa tiver crises frequentes, é importante que ela procure ajuda de um profissional de saúde mental para um tratamento contínuo e eficaz", afirma Marchiori.

Mantenha a calma e ofereça segurança

  • Fique calmo e use uma voz tranquila e reconfortante. Sua calma pode ajudar a pessoa a se sentir mais segura;

  • ofereça reasseguramento: diga frases como "você está seguro aqui" e "estou aqui com você, vamos passar por isso juntos", que podem proporcionar sensação de segurança e apoio;

  • evite dizer "calma" ou "não se preocupe", isso pode ser interpretado como uma minimização dos sentimentos da pessoa;

  • esteja presente: às vezes, só sua presença calma e reconfortante é tudo o que a pessoa precisa

Ajude a controlar a respiração

  • Instrua sobre a respiração lenta: peça para a pessoa inspirar lentamente pelo nariz contando até quatro, segurar o ar por dois segundos e expirar lentamente pela boca contando até seis;

  • demonstre como fazer: respire junto com a pessoa para que ela possa acompanhar seu ritmo

Utilize técnicas de grounding (aterramento)

Passo a passo (técnica 5-4-3-2-1)

  • Veja: peça para a pessoa identificar 5 coisas que ela pode ver ao seu redor;

  • toque: peça para identificar 4 coisas que ela pode tocar;

  • ouça: peça para identificar 3 sons que ela pode ouvir;

  • cheire: peça para identificar 2 cheiros que ela pode sentir;

  • saboreie: peça para identificar 1 gosto que ela pode sentir ou lembrar-se de algo que gosta de comer

Encoraje a falar sobre o que está sentindo

  • Pergunte gentilmente: "Você pode me dizer o que está sentindo agora?" ou "o que você está pensando neste momento?"

  • Ouça sem julgamentos: preste atenção ativa, mostrando empatia e compreensão

Sugira movimentos físicos leves

  • Peça para a pessoa fazer movimentos simples, como apertar e soltar os punhos, levantar e abaixar os ombros ou andar lentamente pelo ambiente

"Os mecanismos que causam os ataques de pânico envolvem uma interação complexa de fatores físicos e psicológicos. Esses ataques podem, em alguns casos, ser desencadeados por estímulos que lembram situações de medo anteriores, o que ajuda a iniciar e manter o transtorno do pânico", explica Marchiori.

O transtorno do pânico é definido quando, após uma crise, a pessoa passa a sentir medo constante de ter um novo ataque e muda sua rotina, deixando de sair de casa sozinha ou evitando situações que antes eram comuns, como dirigir, usar transporte público, ir à escola ou ao trabalho, por exemplo.

O diagnóstico correto deve ser feito por um psicólogo ou psiquiatra.

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