Sobre Trilhos

Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias

Descrição de chapéu Agrofolha

Ferrovias anunciam lucro recorde em meio a onda de investimentos no país

Obras para escoar fertilizantes do Matopiba, ferrovia em Mato Grosso e ampliação da capacidade no litoral paulista estão entre os investimentos ferroviários privados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ribeirão Preto

Concessionárias ferroviárias que atuam no país anunciaram recordes de receita em 2023, em meio a uma recente onda de investimentos que incluem novas locomotivas, vagões e a construção de um novo terminal de grãos.

Obras para escoar fertilizantes na região do Matopiba (acrônimo para a região dos territórios de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a construção de uma ferrovia em Mato Grosso e a ampliação da capacidade no litoral paulista também estão entre os investimentos ferroviários privados feitos no Brasil no decorrer do ano passado.

Imagem mostra um homem de costas, com fones na cabeça, observando trem carregado com milho se dirigindo ao terminal ferroviário da Tiplam no Porto de Santos
Trem carregado com milho se dirige ao terminal ferroviário da Tiplam no Porto de Santos - Eduardo Knapp-21.ago.2020/Folhapress

A VLI divulgou, nesta terça-feira (26), que teve movimentação recorde nas ferrovias no ano passado e crescimento de 19% em sua receita líquida, que alcançou R$ 9,1 bilhões.

Segundo a empresa, o desempenho reflete iniciativas internas voltadas para otimizar e melhorar as operações, principalmente eliminando "todas as formas de desperdício".

Um fluxo de retorno de fertilizantes que custou R$ 400 milhões à empresa e à Copi (Companhia Operadora Portuária do Itaqui) foi inaugurado no Corredor Norte, que atende o Matopiba, além de Mato Grosso, Goiás e Pará.

Holding controlada pela Vale, sua acionista majoritária, a VLI tem entre os sócios Brookfield Brasil, Mitsui, FI-FGTS (fundo de investimentos controlado pela Caixa Econômica Federal) e BNDES.

No início do mês, a concessionária anunciou a compra de oito locomotivas para o transporte de cargas na FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) que, somada a outra aquisição, chega a 20 adquiridas no intervalo de um ano, com investimento de R$ 430 milhões.

As oito unidades anunciadas em março serão fabricadas pela Progress Rail, do grupo Caterpillar, e utilizadas no transporte de cargas no corredor Sudeste da FCA, que leva até o porto de Santos produtos das regiões Centro-Oeste e Sudeste —Minas Gerais e São Paulo—, como grãos, açúcar, combustíveis e minerais.

A MRS Logística, que administra uma malha ferroviária de 1.643 quilômetros em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, também anunciou um pacote de renovação de sua frota que inclui as compras de 30 locomotivas e 560 vagões, num investimento total de cerca de R$ 1 bilhão.

Assim como a VLI, a MRS anunciou recorde de produção e lucro no ano passado, com receita bruta de R$ 6,9 bilhões, 14% mais que o valor obtido em 2022, e lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, o maior da história da empresa.

De acordo com a MRS, houve aumento no transporte de minérios (14,6%) e de cargas gerais (5,1%), o que fez com que a concessionária atingisse o recorde histórico.

Parte das aquisições de vagões e locomotivas já foi entregue. A previsão é que todos os novos ativos estejam em operação até o final do ano que vem.

Os investimentos totais somaram R$ 1,8 bilhão e incluem a ampliação da capacidade da Baixada Santista, com novos pátios, recapacitação e sinalização de trechos da malha e sistemas de planejamento integrado, além de aportes em mobilidade urbana em cidades ao longo da malha ferroviária.

NO PORTO

Já a Rumo, principal concessionária ferroviária em atuação no Brasil, anunciou a assinatura de um acordo com a DP World para construir um novo terminal portuário para movimentar grãos e fertilizantes no Porto de Santos.

A ferrovia interna existente no porto, com 100 quilômetros de trilhos, é administrada oficialmente desde outubro por uma empresa formada pelas concessionárias Rumo, MRS e VLI, que operam no local.

De acordo com a Rumo, a infraestrutura será instalada na área do terminal de uso privado da DP World, na margem esquerda do canal do porto, e terá capacidade para movimentar até 12,5 milhões de toneladas anuais, sendo 9 milhões de toneladas de grãos e 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes.

O prazo inicial de operação é de 30 anos e, conforme a Rumo, o investimento está estimado em R$ 2,5 bilhões, com prazo de conclusão das obras de 30 meses –a contar após cumprimento de condições, como aprovações governamentais.

A Rumo está investindo também na construção da ferrovia estadual de Mato Grosso, que conectará importantes polos do agronegócio no estado e que ganhou, em fevereiro, seus primeiros quilômetros de trilhos.

A obra deverá custar pelo menos R$ 15 bilhões e, quando concluída, em 2030, passará por 16 municípios —caso não haja alterações no trajeto.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.