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É hora de xeique news

Visita de Eduardo Bolsonaro ao Qatar pode trazer novos problemas de comunicação

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Bola. Jogo. Torcida.

As pessoas se esquecem.

Mas a Copa do Mundo não é só futebol.

É também uma oportunidade para aprimorar nossas relações internacionais.

O deputado Eduardo Bolsonaro marcou presença no estádio.

Passeio? Lazer? Diversão?

Nada disso, diz o parlamentar.

A ideia era mostrar um pen drive para as lideranças locais.

Mostrando a verdadeira situação do país.

A ocasião é boa, sem dúvida, para a troca de informações.

O chamado toma lá, dá cá.

Um importante emissário islâmico foi visto desembarcando no Brasil.

O emir Feikh Iniuze sorria ao ser entrevistado pela imprensa.

A seu lado, quatro morenas espetaculares obtinham quinze minutos de fama.

A repórter Giuliana Bugiardi ficou curiosa.

—É verdade que o senhor tem mais de trinta mulheres?

A mão direita do poderoso xeique ia tocando nos dedos da mão esquerda.

—Mindhira. Khalúny. Babadji. Hakhuz. Assany. Fáussia.

A jornalista ficou sem entender.

—Ele vai dar o nome de todas as mulheres?

O tradutor Georges explicou com delicadeza.

—Não, é que ele está tentando falar em português.

—Mas eu não entendo portunhol.

—Disse que essa coisa de trinta mulheres é mentira. Calúnia. Bobagem. Acusação falsa.

As relações entre a imprensa e Feikh começavam com o pé esquerdo.

—E no seu país prendem os homossexuais?

--Halija halib haddad.

—Longa vida ao Haddad?

—Não. Ele disse que ali já há liberdade.

—Não prende?

—Xó sholta. Hahdor.

—Só solta? E adora?

O tradutor se embaraçou.

—Não, aí ele disse outra coisa...

—O quê?

Georges aproveitou para falar no ouvidinho da repórter.

—Xoxota. Ele adora.

Giuliana achou melhor encerrar a entrevista.

Georges tossiu de leve.

—Espera um pouco. O Feikh quer fazer um agradecimento às autoridades brasileiras.

O visitante islâmico empunhava um pen-drive.

—Diz que ali tem um tutorial muito útil para falar com a imprensa. Presente de um brasileiro.

—É mesmo?

—Hum Babha. Hikenyeh babakh hakhredi dja.

A diferença de idiomas pode dificultar a comunicação.

Mas para contar lorota qualquer língua serve.

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