Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Ana Cristina Rosa

Protagonismo negro

É sabido que a Covid afeta de maneira desigual, ainda mais brutal e deletéria, os pretos e pardos

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João Bosco Borba, primeiro presidente da Associação Nacional dos Empresários e Empreendedores Afrobrasileiros (Anceabra). Januário Garcia, fotógrafo, autor de livros sobre a cultura afro-brasileira e ex-presidente do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN). João Acaiabe, ator, viveu personagens marcantes, como Tio Barnabé no Sítio do Picapau Amarelo. Nelson Sargento, sambista, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira. Ismael Ivo, bailarino e coreógrafo, foi diretor da Bienal de Veneza e o primeiro negro e estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão. Estevão Maya Maya, maestro. Gésio de Almeida, ator. Cecilia Ramos, empresária. Fabiana Anastácio, cantora gospel.

ONG Rio de Paz faz tributo às 600 mil vítimas da Covid-19 no Brasil - Pilar Olivares - 8.out.21/Reuters

Na semana em que o país ultrapassou a consternadora marca de 600 mil vidas perdidas para a Covid-19, rememoro os nomes desses brasileiros negros que se destacaram em suas áreas de atuação. Todos morreram em razão da pandemia. Suas mortes abriram lacunas inesperadas no ambiente cultural, social e econômico da diáspora afro-brasileira.

É sabido que a Covid afeta de maneira desigual, ainda mais brutal e deletéria, os pretos e pardos —independentemente da condição social. A esta altura da crise sanitária, praticamente todos nós, negros, já perdemos alguém. Me indago quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas?

Apesar do luto e de estarmos cientes de que “nada é tão ruim que não possa piorar”, por mais profundas que sejam nossas dores, os nomes listados acima trazem esperança. São brasileiros que deixaram um legado que serve de motivação para nos mantermos resilientes. Há diversas barreiras e nenhuma garantia, mas é preciso seguir em frente. Afinal, o “não” a gente já tem.

Bosco, Januário, Acaiabe, Sargento, Ismael, Estevão, Gésio, Cecília e Fabiana são referências positivas para milhares de pessoas. Ajudaram a abrir caminho para os que vieram depois. Protagonizaram o tipo de história de vida que os movimentos sociais negros prezam.

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