Ana Fontes

É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

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Ana Fontes

Fui demitida depois dos 40. E agora?

Veja estratégias para montar um plano de ação e conseguir a recolocação ou dar início a um empreendimento

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Dia desses, enquanto navegava pelos comentários de uma publicação no LinkedIn, deparei-me com o relato em que uma mulher mencionava ter ouvido de seu chefe que, se você não construísse uma carreira até os 30 anos, provavelmente não teria mais chances de desenvolvê-la. Isso ficou martelando na minha cabeça por dias. Neste ano completo 58 anos, comecei a empreender aos 42. Acompanho cada vez mais de perto e com frequência o etarismo se manifestando cada vez mais cedo. Em que momento mulheres com seus 30 anos já estão sendo consideradas ‘’velhas’’?

Para quem não está familiarizado, o etarismo é o preconceito ou discriminação baseada na idade, em que são atribuídos estereótipos negativos a determinadas faixas etárias. No entanto, esses comentários também podem ser sutis e passarem despercebidos, como aqueles que todas estamos cansadas de ouvir: "Você ainda não casou?", "Não parece ter a idade que tem", "Você ainda usa esse tipo de roupa?", "Pessoas mais velhas ficam melhor com esse tipo de cabelo", "Você não vai ter filhos?" e na vida profissional não seria diferente.

Ilustração mostra uma mulher sentada num sofá, gravando um vídeo para postar em rede social
Atualizar as redes sociais, contando o que vocês está fazendo, pode ajudar a recolocá-la no mercado de trabalho - Adobe Stock

Quantas amigas e conhecidas não passaram por desligamentos misteriosos conforme a idade avança, e quantas delas encontraram dificuldades para retornar ao mercado de trabalho? Muitas nem conseguiram. A verdade é que uma demissão sempre nos deixa sem rumo, e quando isso acontece por questões de idade, o impacto é ainda maior.

Converso com muitas mulheres que acabam vagando sem muita perspectiva e sem direção sobre ‘’o que fazer agora" e, cá entre nós, ninguém está muito preocupado em incluir pessoas 50+ nos espaços de trabalho. Apesar de ter saído do mundo corporativo para empreender por vontade própria, aos 42 anos, nada é tão simples assim.

Aqui vão algumas dicas que podem ajudar a transformar essa jornada:

  • Ative contatos: entre em contato novamente com aquelas pessoas que você trabalhou ou impactou positivamente enquanto colega, chefe, fornecedor ou parceiro;

  • Atualize as redes sociais (especialmente o LinkedIn): publique suas conquistas, relembre momentos importantes em sua carreira e compartilhe o que está fazendo, incluindo aspectos da sua vida pessoal. Quem somos fora do horário comercial também reflete quem somos;

  • Participe de eventos: procure eventos relacionados ao tema. Além de obter dicas importantes e ampliar sua rede de contatos, é fundamental reconhecer-se e conectar-se com outras pessoas que estão passando pelo mesmo momento. Isso nos fortalece;

  • Cursos para desenvolvimento: estude aquilo que você deixou de lado porque, na época, não parecia muito importante. Alerta clichê, conhecimento nunca é demais;

  • Saúde Mental: invista em terapia hoje, amanhã e sempre. Cuide da sua saúde mental e fortaleça-a sempre que possível;

Essas são estratégias para montar um plano de ação para alcançar outros objetivos neste momento, seja sua recolocação, o início de um empreendimento, a continuação dos estudos ou até mesmo viajar pelo mundo. Embora essas dicas por si só não mudam o mundo, ainda é necessário implementar políticas de incentivo para grupos mais vulneráveis. Costumo dizer que pessoas com mais de 50 anos conseguem encontrar soluções e superar problemas com facilidade, graças à sua experiência acumulada.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com dois meses de assinatura digital grátis

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