Em mais uma etapa com poucos indecisos em jogo, Lula e Jair Bolsonaro devem fazer um esforço para tentar virar votos neste segundo turno. Cada lado admite que o rival tem um núcleo sólido de apoiadores, mas também acredita que fatias do eleitorado não estabeleceram uma ligação firme com o candidato escolhido no primeiro turno.
A equipe de Lula diz que é possível enfraquecer o vínculo de alguns evangélicos com Bolsonaro. Aliados do ex-presidente afirmam que parte dos fiéis mais pobres votou no PT em eleições passadas e pode repetir a dose caso a plataforma social se sobreponha à pauta moral.
A ideia é levar para um terreno mais favorável a disputa pelos votos desse e de outros grupos que estiveram com Bolsonaro no primeiro turno. Além dos evangélicos, Lula pretende reforçar os apelos econômicos para atrair eleitores do presidente nas periferias do Sudeste.
Para isso, os petistas precisam reduzir o peso de fatores que distanciam esses votos do ex-presidente, como a rejeição ao partido pelo viés conservador. Na largada deste segundo turno, Lula divulgou um vídeo em que diz ser contra o aborto.
Bolsonaro segue o caminho inverso. Nos últimos dias, a campanha do presidente pediu que pastores conversassem com líderes evangélicos e fiéis no Nordeste para virar votos que foram para Lula no primeiro turno. O diagnóstico é que a agenda de costumes pode convencer parte desses eleitores a trocar de lado.
Algo parecido vale para os católicos, que estão na mira de Bolsonaro. Lula tem vantagem nesse segmento, mas a equipe do presidente acredita que os mais conservadores também podem mudar de ideia. Não por acaso, o candidato do PL confirmou presença no Círio de Nazaré.
O caminho para a migração pode ficar menos acidentado se Bolsonaro conseguir reduzir sua rejeição. Novas promessas para o Auxílio Brasil e o perdão de dívidas têm o objetivo de reduzir o desconforto desses eleitores com a economia para que eles votem pela reeleição.
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