Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Lula reforça missão para contornar insegurança do governo no Congresso

Presidente fez quatro acenos na reunião ministerial para costurar fidelidade da base aliada

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Dilma Rousseff derrubou sete ministros no primeiro ano de governo. A faxina na Esplanada ajudou a presidente a ganhar onze pontos de popularidade na largada do mandato, mas os danos provocados na relação com os partidos aliados abriram uma fenda irreparável em sua base de sustentação no Congresso.

Lula preferiu entregar uma rede de proteção à equipe de seu terceiro mandato. Na primeira reunião ministerial, o presidente avisou que "quem fizer errado" vai deixar o governo, mas prometeu apoiar cada integrante do primeiro escalão "nos momentos bons e nos momentos ruins". "Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada", afirmou.

Ao menos quatro acenos feitos ao mundo político na reunião ministerial da última sexta-feira (6) indicam que Lula tem pouca margem para correr riscos neste início de mandato. O presidente opera com uma base estreita no Congresso e ainda precisa trabalhar para garantir a fidelidade dos partidos aliados.

O acordo de preservação apresentado por Lula foi um primeiro gesto nessa direção. Embora tenha fechado a porta para quem cometer "algo grave", o presidente ofereceu aos partidos alguma estabilidade para seus ministros naqueles "momentos ruins". Daniela Carneiro agradece.

Depois, Lula ordenou que cada pasta estenda um tapete vermelho para os parlamentares em troca de apoio no Congresso. O objetivo não é só servir água e cafezinho, mas abrir a máquina dos ministérios para deputados e senadores dispostos a votar a favor do governo.

De forma clara, o presidente sugeriu um pacto para compartilhar o poder. "Não adianta ter o governo tecnicamente mais formado em Harvard possível e não ter um voto na Câmara, um voto no Senado."

A reverência pública a Arthur Lira durante a reunião foi outro sintoma de uma certa insegurança de Lula em relação à solidez do governo no Congresso. "Tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim. É o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara."

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