Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Primeiros atos garantem bônus, mas Lula ainda depende da economia

Aliados dizem que novo governo precisa entregar ganhos além da reversão de políticas de Bolsonaro

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Na montagem do governo Lula, o dirigente de um partido dizia que a herança de Jair Bolsonaro facilitaria a vida de alguns ministros. Quem fosse indicado para o Meio Ambiente, brincou esse político, já conseguiria um avanço se sobrevoasse uma queimada na Amazônia e lançasse um único copo d’água sobre o fogo.

A demolição de políticas públicas nos últimos anos deu um bônus ao novo presidente. As medidas assinadas por Lula e as plataformas apresentadas pelos ministros empossados permitiram que o governo, com certa euforia, tirasse proveito político dos primeiros dias de gestão.

A decisão de recuperar as funções básicas de um governo se tornou um ativo valioso. De saída, Lula resgatou programas de combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal, atividades abertamente incentivadas por Bolsonaro. O novo presidente também reativou o esnobado Fundo Amazônia.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, assumiu a promessa de defender os direitos humanos. O chefe da diplomacia, Mauro Vieira, se dispôs a resgatar a relação do Brasil com o mundo. Seriam obviedades se os antigos ministros não executassem políticas na contramão das atribuições de suas pastas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de posse no Congresso - Mauro Pimentel/AFP

O retorno aos trilhos da sensatez também rendeu pontos. O Ministério da Justiça revogou o oba-oba das armas de fogo, enquanto a ministra da Saúde disse que deve derrubar decisões como a nota técnica que liberou a cloroquina na pandemia.

A nova equipe sabe, no entanto, que a lua de mel não será tranquila. A máquina do governo pode levar tempo para voltar a funcionar, inclusive na fiscalização ambiental e de armamentos. Além disso, não há dinheiro em caixa e apoio garantido no Congresso para retomar as ações prometidas em todas as áreas.

Aliados do presidente dizem que é urgente reverter as piores marcas dos anos Bolsonaro, mas apontam que o desafio é maior. Para eles, nenhum ganho político será suficiente se Lula não conseguir entregar avanços significativos na economia.

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